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ATeG fortalece apicultura e interesse pelo mel de aroeira do Vale do Jequitinhonha

ATEG APICULTURA
ESCRITO POR IZABELLA MACHADO, DE ARAÇUAI
13/12/2023 . SISTEMA FAEMG, SENAR

Região é reconhecida por alta produção e produtores reagem com investimento no setor

Extração do mel de aroeira durante atendimento do Programa ATeG

“Tive uma visão mais empresarial e entendi a importância de fazer anotações e divulgar o mel. Tudo isso me motivou, e motivado eu pude investir na produção. A árvore de aroeira é predominante na minha propriedade e estou adquirindo conhecimento, então sei que tenho parte do projeto já encaminhado”. O depoimento é do produtor Lindomar Aparecido Ferreira, do município de Minas Novas, no Vale do Jequitinhonha.

Ele é atendido via Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), do Sistema Faemg Senar, e conseguiu melhorar a produtividade após participação no programa. Lindomar é apenas um dos beneficiados com a apicultura na região. A cadeia tem se tornado uma potencialidade econômica para o Vale.

A região se destaca pela alta produção do mel de aroeira, característico pela baixa acidez, menor quantidade de açúcar e altos índices de invertase (enzima responsável pela transformação do néctar em mel). Alguns fatores regionais colaboram para incentivar o ânimo do produtor, como as condições climáticas para a atividade e vastas áreas de vegetação nativa, que são ambientes propícios para a criação de abelhas.

Com tantas vantagens naturais, era de se esperar que atitudes competitivas fossem tomadas para viabilizar que o mel de aroeira chegasse à mesa do consumidor com segurança e garantia de qualidade. Por isso, empresários, produtores e apicultores começaram a participar de capacitações, cursos, seminários, treinamentos e ATeG – Programa de Assistência Técnica e Gerencial. 

O ATeG é ofertado pelo Sistema Faemg Senar em parceria com entidades cooperadas com o intuito de desenvolver valor agregado aos produtos, visão gerencial e conhecimento técnico aos produtores para que percebessem novas possibilidades de negócio, mantendo o processo lucrativo e sustentável. 

O instrutor dos cursos Trabalhador na Apicultura/Manejo de Abelhas e Processamento de Mel e Cera, Produção de Pólen e Própolis, Criação de Rainhas e Produção de Geleia Real e Criação e Manejo de Abelhas Indígenas sem Ferrão, Geilson Miranda, viaja todo o estado de Minas Gerais pelo Sistema Faemg Senar. Os cursos são ofertados em parceria com entidades cooperadas. “A iniciativa é contribuir com os principais desafios da Apicultura e Meliponicultura, buscando soluções viáveis para o setor através da Comissão Técnica de Apicultura”.

Pesquisa

De acordo com a pesquisadora e professora Eliane Macedo Sobrinho Santos, muitos esforços têm sido dispensados para que o mel de aroeira seja reconhecido também por sua excelência em sabor e benefícios à saúde. “Atualmente o grupo de pesquisa Vale-Bee, do IFNMG - Campus Araçuaí, em parceria com a FUNED - Fundação Ezequiel Dias, têm estudado as potencialidades do mel de aroeira. O Vale apresenta uma singularidade e a indicação geográfica é uma forma de identificar e delimitar esses produtos que possuem características diferenciadas em função do meio ambiente local, incluindo fatores naturais e humanos”.  

"Assim, defender o selo de indicação geográfica é uma forma de proteger a qualidade e a reputação do mel de aroeira, além de valorizar a cultura e a tradição regional. Dessa forma, uma das vertentes das pesquisas que têm sido realizadas na região busca ressaltar a importância cultural e histórica do mel de aroeira para as comunidades locais. Além disso, enfatiza-se que o mel é um importante patrimônio natural, pois sua produção está diretamente ligada à preservação das abelhas e dos ecossistemas onde elas vivem. Por fim, nós pesquisadores, pretendemos estar sempre próximos e apoiando os apicultores do Vale do Jequitinhonha com objetivos convergentes para o fortalecimento da apicultura e meliponicultura do Vale”, enfatizou.

Nova rota e estudos

Com vistas para um cenário em que a informalidade cede lugar para a centralização de informações e credibilidade do setor, apicultores e estudiosos se mobilizam para levantar mais informações sobre o mel de aroeira. Essa qualidade do mel, para a supervisora do ATeG Apicultura, Dayane Fonseca, merece muita atenção e “tem mais valor comercial”.

Além disso, segundo o técnico de campo do Sistema Faemg Senar, Rubslene Martins da Silva, a aroeira é uma espécie já adaptada à região e que floresce quando outras espécies estão no estado de dormência. “Além do mel colhido pelos apicultores, ajuda também na sobrevivência das abelhas, e a atividade apícola caminha junto com a preservação ambiental”, ressaltou. De acordo com ele, devido às propriedades terapêuticas é possível agregar mais valor de mercado, se comparado com o mel de outras floradas.

Para dialogar sobre tantas questões, o Vale do Jequitinhonha precisa envolver mais entusiastas, produtores e estudiosos, defende o gerente do Sistema Faemg em Araçuaí, Luiz Rodolfo Antunes Quaresma.
Por meio de seminários, fóruns virtuais, webinars e grupos de discussão nas redes sociais, a difusão de informação pode contribuir para o êxito da iniciativa. “É essencial que nos aprofundemos em técnicas e pesquisa para impulsionar esse momento. A aprovação da identificação geográfica já trouxe benefícios mercadológicos e o reconhecimento de uma particularidade regional que não pode ser ignorada”, disse Luiz.