Conheça a FAEMG

A FAEMG (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais) defende os interesses dos produtores rurais do estado.

Crédito Rural

Veja informações sobre os financiamentos destinados aos produtores rurais, cooperativas ou associações para fomentar a produção e comercialização de produtos agropecuários.

Informações Jurídicas

Acesse os documentos disponibilizados pela Assessoria Jurídica para auxiliar os produtores rurais.

Contribuição Sindical
Leiloeiros Rurais

Veja todas as informações sobre os leiloeiros rurais do estado de Minas Gerais.

Compartilhe


Cafeicultora usa Instagram para ‘descomplicar’ café especial

CASO DE SUCESSO
ESCRITO POR LÍLIAN MOURA, DE VIÇOSA
14/05/2024 . SISTEMA FAEMG, SENAR

Edição: Izamara Arcanjo

Cansada de presenciar a falta de informação sobre o café especial, Ana Carolina Correa Malta, cafeicultora de Manhumirim, na região do Caparaó, decidiu transformar seu Instagram em uma verdadeira sala de aula virtual.

Com linguagem simples, bem-humorada e vídeos informativos, Carol, como é conhecida, leva conhecimento aos amantes do café e potenciais clientes, desmistificando o mundo desse produto tão apreciado e abrindo portas para o consumo.

Com esse trabalho, Carol, que é neta de um dos primeiros exportadores de café orgânico do Brasil e criadora da marca Vidas Gerais Café, lançada em 2018, já tem mais de 9 mil seguidores. Ela conta que frequenta feiras, exposições e eventos desde 2021, levando sua produção de cafés de alta qualidade e se aproximando dos consumidores.

 Foi nesses espaços, em contato direto com o público, que ela percebeu a necessidade de democratizar o acesso à informação sobre o café especial. "Comecei a entender que falta conhecimento. Soube o que os clientes querem ouvir. Eu, que sou neta de produtor e produtora, não sabia o que era café especial, imagina o consumidor final?", comenta Carol.

Encontro com clientes em feiras inspira a produção de conteúdo para redes sociais

 

Sucessão familiar: superando desafios e aprendendo com o Senar

A cafeicultura corre nas veias de Carol, que é a quinta geração da família a trabalhar com o café, mas o processo de sucessão familiar não foi fácil. Engenheira de Produção, Carol, que inicialmente não se identificava com a atividade, por meio do Sindicato dos Produtores Rurais de Manhumirim, encontrou no Senar a oportunidade de se capacitar e transformar o café especial em sua paixão. Inspirada pelo espírito empreendedor e visionário de seu avô, Paulo Augusto Correa, ela decidiu investir em conhecimento e se tornar cafeicultora.

Carol realizou diversos cursos na área do café e da gestão. A produtora reconhece a importância dos treinamentos e o papel do Senar em sua trajetória: "Devo ter feito todos os cursos sobre café. Cheguei sem saber nada e tudo o que o Sistema Faemg Senar me ensinou eu faço, adaptando as técnicas à minha realidade. O Senar é muito importante na minha história e eu aproveito todas as oportunidades que ele me oferece".

O vice-presidente do Sindicato e agente de desenvolvimento rural, Rudson Cúrcio reforça que a produtora é um exemplo de que o conhecimento colocado em prática dá resultados.  “Ana Carolina é associada e fez muitos cursos, não só para ter os certificados, mas para usar o seu aprendizado, e isso é gratificante para nós. Esse é o papel do Sistema Faemg Senar, promover o cafeicultor, modificar a sua realidade, qualificar a pessoa e prepará-la para inovar e crescer no mercado”.

Desde 2022 a produtora também participa do grupo de Assistência Técnica e Gerencial –ATeG Café+Forte e conta que o acompanhamento a fez desenvolver estratégias para cuidar da lavoura. “Estamos focando em uma área menor e conseguindo fazer com que ela seja mais produtiva”.

Carol faz parte da Associação de Mulheres do café da região das Matas de Minas e Caparaó

Democratizando o Sabor

A paixão por democratizar o consumo de café especial, facilitando o acesso por meio do preço, levou Carol a criar linhas variadas de preços para o produto.  O café gourmet, batizado de Vô Paulinho, é comercializado a R$ 25, 500 gramas e as linhas de cafés especiais custam de R$ 30 a R$ 60, em embalagens de 250 gramas.

Além das vendas feitas por meio das redes sociais e nas feiras, Carol tem revendedoras de seu produto nas capitais Belo Horizonte e Vitória. Segundo Carol, o conteúdo nas redes ajuda na captação e na fidelização dos clientes.

Atualmente as vendas mensais ficam entre 200 e 300 pacotes de café. “A meta é vender 1000 por mês até o final deste ano”, afirmou a cafeicultora. 70% do total de vendas é de café gourmet. “Criei essa linha para quem quer conhecer o café de verdade e sair do café tradicional”, contou.

Defensora da presença e valorização das mulheres na cafeicultura, Carol é uma das diretoras da Associação de Mulheres do Café da região das Matas de Minas e Caparaó (Amuc). "Quando conheci o mundo do café especial, senti falta de encontrar as mulheres nos espaços. Hoje, sei que somos muitas e queremos mostrar nosso trabalho", destaca Carol.