O curso sobre práticas agroecológicas, em São Sebastião do Paraíso, reúne agricultores e os "neorrurais", moradores da zona urbana que optaram pelo meio rural, levando modernização para a roça e a prática de trabalhar com plantas alimentícias não convencionais (PANCs). A capacitação compara a agricultura moderna, convencional, agricultura orgânica e as diferentes escolas da agricultura agroecológica. Esta é uma iniciativa do Sistema FAEMG/SENAR/INAES em parceria com a Associação Comercial Industrial Agropecuária e de Serviços de São Sebastião do Paraíso (ACISSP).
O curso está sendo promovido nesta semana na horta conhecida como Herbário, do casal Diulie Godoi e Gusthavo Lemos. Os neorrurais criaram o Herbário há um ano para a produção de PANCs. “O nosso objetivo é difundir essa iniciativa para os pequenos produtores para uma produção sustentável e de respeito a natureza”, disse Diulie.
No Herbário, o casal mantém canteiros consorciados, onde plantaram taioba, pupunha, bananeira, mangarito, batata, capuchinha, alecrim, manjericão, salsinha e cebolinha. Um novo canteiro será formado durante o curso para todos aprenderem na prática todo o processo do plantio consorciado. Atualmente, o casal vende a sua produção via redes sociais e se prepara para comercializar na feira.
Experiência
Segundo o instrutor Leonardo Abud Dantas de Oliveira, a teoria e a prática se complementam na agroecologia. O instrutor alerta sobre os riscos e os cuidados em relação a agrotóxicos e adubos químicos/minerais, que não são permitidos na agricultura orgânica. Na agricultura agroecológica e orgânica, existem alternativas viáveis de fácil acesso para substituir adubos químicos e agrotóxicos.
“Temos uma legislação que regulamenta a produção de produtos orgânicos pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa). É preciso ter um selo para comprovar as técnicas adotadas. A agricultura agroecológica tem princípios específicos e uma forma diferente de comercialização. Estudamos os princípios ecológicos, a biologia das plantas e observamos o equilíbrio do meio ambiente para a produção, bem como os adubos permitidos e a sua diferença com os fertilizantes químicos”.
Na prática, os participantes aprendem as técnicas da compostagem, captura de microrganismos, a criação de um minhocário, produção de húmus e adubo com casca de ovo, entre outros. “Tudo depende dos recursos disponíveis no local”. O curso também aborda planos de ação e comercialização.