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Estudo mostra viabilidade econômica da produção leiteira

ATEG LEITE
ESCRITO POR JULIANA FIDELIS, DE UBERABA
14/03/2022 . SISTEMA FAEMG, SENAR, FAEMG
Técnico Ronaldo Silva e o produtor José Ferreira

A viabilidade econômica da produção de leite foi tema de um estudo desenvolvido pelo zootecnista e técnico de campo do Sistema FAEMG/SENAR/INAES/Sindicatos Ronaldo Santos da Silva junto aos produtores assistidos pelo Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), no município de Conceição das Alagoas. A intenção foi mostrar, em números, que o leite pode ter a mesma rentabilidade do arrendamento de área para a produção de grãos.

“Em Conceição das Alagoas, a preferência dos produtores é para a produção de grãos, cana-de-açúcar e, só depois, o leite. Muitos abandonam a atividade leiteira e arrendam a área para a produção de grãos. O estudo foi uma forma de estimular os produtores a permanecerem na atividade na região”, explicou o zootecnista. Para fazer a análise, ele utilizou dados de um ano de trabalho do grupo, referentes ao período de novembro de 2020 a outubro de 2021, e dividiu os resultados de acordo com o tamanho da área.

O estudo estabeleceu qual seria a produtividade de leite/hectare/ano esperada para alcançar a mesma rentabilidade do plantio de grãos. A análise considerou o custo de mão de obra familiar duplicado, para demonstrar aos produtores a compensação financeira de forma realista. “A cada cenário temos procedimentos distintos, em função das características de cada produtor, principalmente, em relação à área. Verificamos que em Conceição das Alagoas, para se tornar competitivo, o ideal é ter uma produção de 13.000 litros/hectare/ano”, destacou Ronaldo Silva.

Resultado

O resultado da análise mostrou que os produtores de leite devem ter um Custo Total de 80%, situação alcançada no cenário daquele que têm área abaixo de cinco hectares. Neste exemplo, a produção diária de 112 litros tem um rendimento mensal de R$ 1.349,00, superior ao rendimento de R$ 663,97 alcançado com uma safra de grãos na mesma área. O estudo mostrou, ainda, que se este produtor alcançar uma produção de 185 litros por dia, poderá aumentar o seu rendimento para R$ 1.953,75. Veja abaixo:


Nos outros cenários, o Custo Total atual está acima de 80% (Tabela 1), mas existem caminhos para alcançar o patamar ideal. “Eu mostro as contas para o produtor, com os direcionamentos para mudar a realidade, e ele decide até onde quer caminhar. Sabemos que para ser competitivo é preciso ter planejamento, um trabalho técnico de eficiência produtiva e nutricional, e de gestão. Com alguns ajustes, esses produtores também podem melhorar seus resultados. Os números da concorrência das atividades, demonstram que as duas podem ter mercado no município”, finalizou.

O gerente regional do Sistema FAEMG em Uberaba, Caio Oliveira, destacou a importância do estudo para estimular os produtores a continuarem na atividade leiteira. “O Programa ATeG oferece as orientações necessárias para a mudança de cenário, tornando o negócio sustentável e contribuindo para o fortalecimento da produção leiteira na região”, comentou.

Produtor

O produtor José Ferreira de Melo desenvolve as duas atividades em sua propriedade de 83 hectares. De acordo com ele, a produção de leite neste momento está difícil, mas a expectativa é permanecer na atividade. “Os insumos subiram muito e o valor do leite diminuiu. Estamos fazendo alguns ajustes para continuar com a produção, e aguardando um futuro mais promissor”, comentou.

Uma das estratégias do produtor será a utilização do Capiaçu na alimentação dos animais, para diminuir o custo de produção.