Município com legado na produção de doces, Novorizonte relembrou as origens durante o curso de Doce de Leite. Agora, 24 novas profissionais estão capacitadas para produzir e resgatar toda a “doçura” da região.
Responsável pela Divisão de Cultura e Turismo na Prefeitura de Novorizonte, Jane Graziele Santos relembra que o potencial no ramo vem de muito tempo, quando um grupo de mulheres criou uma associação e, entre outros afazeres, começou a produzir doces “de dar água na boca”. “Buscamos uma espécie de resgate e começamos a procurar cursos voltados para a área. Esperamos progredir e também capacitar mulheres, que terão uma fonte de renda a mais”.
Heloisa Emanuelle e Almeida descobriu novas técnicas que ajudam a simplificar e deixar o processo mais preciso. “O que mais achei interessante foi encontrar o ponto do doce. Eu não sabia que são momentos diferentes para tirá-lo da panela e para embalar. Antes, eu fazia tudo na mesma hora”. Outro fator importante, segundo ela, foi entender sobre a temperatura e a definição da medida dos ingredientes. “A temperatura deve ser monitorada o tempo todo, e a medida de cada ingrediente influencia muito no resultado final”.
Embora ainda não tenha iniciado a produção, Heloisa está entusiasmada para praticar tudo o que aprendeu. Enquanto isso, as participantes mais experientes estão se mobilizando para começar o próprio negócio. “Algumas até já fizeram contato com produtores leiteiros e com comerciantes. Temos pessoas com potencial e condição de produzir doces sem fugir da nossa característica, que é incrementá-los com frutas”, completou a responsável pela Divisão de Cultura e Turismo na Prefeitura, que ressaltou a significativa produção de manga, abacaxi e banana no município.
A comerciante Jane Cléia Silva Santos tem um estabelecimento voltado para a comercialização de produtos derivados do leite e também vende na feirinha da cidade. “Como temos uma área rural, espero colocar em prática todos os conhecimentos que adquiri. Eu sabia fazer apenas um tipo de doce mole e outro cortado, que são mais comuns. Os demais, compro e revendo”, disse a produtora, que espera ter a sua própria produção.
Metodologia e parceria
De acordo com a instrutora do curso, Isabela Onnis, o curso começou falando de higienização e análise do leite. Depois, foram ensinados doces mais simples para que as turmas conseguissem entender melhor os processos. “Aos poucos, expliquei como os enriquecer e produzir no formato em barra, que é um pouco mais difícil”.
“O Sistema FAEMG, junto à Prefeitura de Novorizonte e o Sindicato dos Produtores Rurais de Salinas, estão mobilizados para apoiar o fomento da produção de derivados do leite no município. Temos outra turma marcada e, se os participantes estiverem engajados, não há dúvida de que o local será referência na atividade novamente”, finalizou o gerente regional em Araçuaí, Luiz Rodolfo Antunes Quaresma.
