A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) realizou, na manhã desta terça-feira (11/10), uma entrevista coletiva para divulgar propostas do agro para o próximo governo federal. Entre os temas abordados, foi destaque a importância do investimento brasileiro em tecnologia e pesquisa, que tem assegurado desenvolvimento para a agricultura e o fortalecimento da segurança alimentar. “Nos últimos anos, o Brasil saiu da condição de importador para tornar-se um dos maiores celeiros mundiais de produção de alimentos. Temos que nos orgulhar da nossa pesquisa, da nossa ciência e, acima de tudo, dos produtores rurais que trabalham para colocar comida farta e de qualidade na mesa de milhões de pessoas”, ressaltou o presidente da Faemg, Antônio de Salvo.
Além deste tema, foram tratadas como prioritárias questões ligadas ao desenvolvimento econômico, social e sustentável, e a necessidade de o setor unir forças para continuar avançando. “O nosso objetivo foi promover um alinhamento de pautas para que a agropecuária mineira possa continuar se desenvolvendo no estado. Convidamos o governador Romeu Zema, o vice-governador eleito Mateus Simões e o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes, para selarmos essa aproximação com o governo e mostrar que temos o mesmo posicionamento frente ao segundo turno das eleições presidenciais. Acreditamos que juntos somos mais fortes no nosso propósito de contribuir para proporcionar ao produtor rural melhores condições de vida”, salientou o presidente.
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, abordou os avanços do setor nos últimos anos e como pretende continuar atuando para o fortalecimento do agronegócio mineiro. “Talvez não tenha notícia melhor do que a não necessidade de vacinação contra febre aftosa a partir do próximo ano. Se somarmos a aquisição de vacinas, o manuseio, a operação e os controles, estamos falando de uma economia de R$ 700 milhões para os produtores rurais, sem falar na abertura de mercados e na valorização da nossa carne. Também temos trabalhado junto com instituições como a Emater, IMA e Epamig para produzir produtos de maior qualidade. Por exemplo, conseguimos avançar muito na legalização do queijo artesanal mineiro, que era produzido e transportado de maneira clandestina e hoje é referência e procurado por consumidores de todo o país”, destacou.
Participaram também da coletiva o vice-presidente de Secretaria da Faemg, Ebinho Bernardes, o vice-presidente de Finanças, Renato Laguardia, e o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Bom Despacho, Patrick Brauner, representando os produtores rurais mineiros.
Alinhamento político
Segundo o vice-governador eleito Mateus Simões, o período eleitoral na esfera federal foi marcado por um ambiente de conflito. “O que não podemos permitir é que isso se transforme em ação governamental contra a população. O que vemos hoje no Brasil é uma proposta que se opõe à produção, e outra que fala sobre a continuidade de um trabalho de melhoria da condição econômica de produção, de trabalho e renda das pessoas. Um setor como o da agropecuária, que representa mais de 30% da economia, não pode ser tratado como inimigo. A produção agrícola e pecuária no estado deve ser respeitada, assim como cada um daqueles que atuam no campo garantindo condições de alimentação para o Brasil e para o mundo”.
De acordo com o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes, as políticas públicas devem ter continuidade. “Interromper uma política pública com uma mudança de governo, que traz outras propostas e pensamentos, não é produtivo. Em Minas Gerais estamos vivenciando uma ascensão, desde a agricultura familiar até os grandes produtores. E temos um bom alinhamento com o atual governo federal, em programas como Garantia-Safra, programas de sustentabilidade, a exemplo da revitalização da bacia do São Francisco, temos investimento em pesquisa e na defesa agropecuária. Investir nas ações que já trazem resultados positivos é garantia de que as políticas públicas chegarão lá na ponta, beneficiando o produtor rural”, concluiu Thales.