Em Sarzedo, mais de 150 profissionais do agronegócio e produtores de legumes e hortaliças participaram de um dia de campo promovido pelo Sistema Faemg Senar, em parceria com o Sindicato dos Produtores Rurais de Brumadinho. Na programação, palestras sobre gestão, manejo integrado de pragas e doenças, visitação a estandes e a vitrines tecnológicas e demonstração de aplicação de drone sobre áreas de cultivo de alface e milho. O evento ainda contou com o apoio de instituições governamentais e empresas parceiras do setor do agronegócio mineiro e de outros estados.
A fazenda Campos & Henrique, uma das propriedades atendidas pelo Programa de Assistência Técnica e Gerencial - ATeG Olericultura sediou o evento. Em todos os ambientes, olhares atentos e curiosos para conhecer os segredos por trás dos cultivares de alface crespa verde com diferentes manejos de adubação, e o que levou a propriedade a resultados surpreendentes: a cultura ultrapassa um milhão de unidades anuais, todas comercializadas no mercado local, que direciona a produção para grandes centros consumidores.
Os participantes puderam conhecer também as áreas de cultivo que foram ampliadas, as práticas de conservação de solo como o plantio com cobertura vegetal, melhorias para a sustentabilidade da propriedade como a instalação de sistemas fotovoltaicos, além dos benefícios da estratégia para aquisição de uma terceira estufa exclusiva para a produção de mudas.
Trabalho em conjunto
Boa parte do aperfeiçoamento nesta e em outras 139 propriedades que recebem o programa em Brumadinho, Bonfim, Mário Campos e Rio Manso, tem a ver com o trabalho em conjunto, ao longo de dois anos, com os técnicos de campo. Para João Paulo Amorim, da Campos & Henrique, a relação entre técnico e produtor é bastante positiva e os benefícios impactam dentro e fora da porteira. “Os atendimentos mostram soluções onde o produtor não olha. O técnico tem uma visão mais crítica de alguém que se preparou e domina a teoria, por isso a parceria é tão importante. Por aqui, deixamos de insistir no erro para dar oportunidade a novos caminhos”, comentou Amorim.
A técnica de campo Janaina Canaan foi quem identificou as principais demandas da propriedade e conduziu as estratégias que resultaram em mais qualidade dos produtos e redução do custo operacional efetivo. “Em breve, vamos realizar um encontro para apresentação dos resultados, destacando os avanços de cerca de centenas de produtores atendidos pelo programa. Os progressos são significativos”, comemorou a técnica.
A região de Brumadinho, conhecida como Cinturão Verde de Belo Horizonte, é um polo importante para a olericultura em Minas. Solo fértil, clima favorável e proximidade com o grande mercado consumidor da capital impulsionam o setor. Segundo a técnica, as experiências dos dias de campo mostram estas oportunidades, a expressividade da cadeia produtiva e sua capilaridade por meio do trabalho que os técnicos de campo vêm desempenhando.
A força da olericultura em Minas
Composta majoritariamente por agricultores familiares, a olericultura é fundamental para a segurança alimentar e nutricional, e uma das cadeias produtivas cruciais na região metropolitana de Belo Horizonte, abastecendo centros consumidores com folhosas, raízes, tubérculos, frutos e bulbos.
De acordo com dados da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), Minas Gerais é o segundo maior produtor nacional de hortaliças, com mais de 4 milhões de toneladas produzidas anualmente. São mais de 300 mil empregos diretos.