Com colaboração de Juliana Fidelis, de Uberaba; Ricardo Guimarães, de Montes Claros; Flávio Christo, de Juiz de Fora, e Izabella Machado, de Araçuaí
Os produtores atendidos pelo Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) Agroindústria, do Sistema Faemg Senar, foram destaque na 7ª edição do Prêmio Queijo Brasil, um dos mais renomados concursos de queijos do país. Das 363 medalhas conquistadas por Minas Gerais, 124 foram obtidas por produtores rurais acompanhados pelo Programa, de diversas regiões do estado. Entre esses premiados, 62 ainda estão recebendo os atendimentos do ATeG, enquanto outros 62 já finalizaram.
A edição contou com 1542 queijos artesanais de 20 estados brasileiros, representando mais de 265 cidades. Comparado à edição de 2023, que contou com 1045 amostras, houve um crescimento de cerca de 50%, evidenciando a crescente importância e reconhecimento do queijo artesanal brasileiro.
Mais de 30 medalhas para a Regional de Varginha
A área do escritório regional do Sistema Faemg Senar em Varginha, Sul do estado, vem se destacando na produção de queijos artesanais de alta qualidade. O tradicional Queijo Artesanal Mantiqueira de Minas, produzido na região, tem ganhado reconhecimento e prestígio em competições nacionais. Os produtores atendidos pelo ATeG, com o apoio do Sindicato Rural local, levaram 31 medalhas, sendo 27 para o município de Itamonte e quatro para São Lourenço.
A produtora Mirela Costa Tomaz, que pensou em desistir das atividades antes de iniciar os atendimentos no ATeG, em 2022, é um exemplo de superação. Sem nunca ter ganhado prêmios em concursos, ela começou no Programa sem muitas esperanças. No entanto, com o apoio do ATeG, em apenas dois anos, ela já conquistou sete medalhas.
Este ano, ela é uma das produtoras premiadas no Prêmio Queijo Brasil, onde levou quatro medalhas. Três delas foram de prata: "Queijo Artesanal Mantiqueira De Minas Kaíros" e "Queijo Artesanal Kaíros Mantiqueira De Minas Pau Brasil", ambos na categoria Queijo Tradicional, e "Mantiqueira de Minas Flor da Serra", na categoria Queijo Artesanal de Leite Cru. Além disso, seu "Queijo Artesanal Kairós Paineira" recebeu a medalha de bronze na categoria Queijo Artesanal de Leite Pasteurizado. “Quando o Programa começou, eu estava decidida a desistir de produzir queijos. Lembro que a técnica chegava na propriedade, todos os meses, e eu falava que não queria seguir. Ela sempre respondia: ‘você não vai desistir, eu vou te ajudar. Estou aqui com vocês’. Tivemos as nossas vidas transformadas”, disse Mirela.
Para o gerente regional do Sistema Faemg Senar em Varginha, Caio Oliveira, as medalhas mostram que o apoio técnico do Programa pode transformar os negócios rurais. “Estamos colhendo excelentes resultados. Graças ao aprimoramento profissional dos nossos produtores, estamos vendo um reflexo direto nas ótimas premiações que eles estão conquistando em concursos de qualidade, como, por exemplo, no Prêmio Queijo Brasil”, explicou.
As técnicas de campo, Thaís Antunes e Júlia Caroline Bernardes, relatam que as premiações representam a consolidação do ATeG. “Poder levar os produtores à participação de concursos e vê-los receber tantas medalhas e premiações é a confirmação do sucesso do trabalho realizado”, relatou Thaís.
Região de Juiz de Fora celebra sucesso no VII Prêmio Queijo Brasil
A região sul do estado de Minas Gerais vem se tornando uma das principais potências na produção de queijos maturados de qualidade. Na cidade de Alagoa, por exemplo, que produz o renomado Queijo Artesanal Tradicional da Alagoa, egressos de grupos de Assistência Técnica e Gerencial realizados pelo Sindicato Rural de Baependi, saíram do VII Prêmio Brasil Queijos com 17 medalhas, seis de ouro, 10 de prata e um bronze.
Para Aldo Gabriel de Barros, do Sítio Três Irmãos, 2024 está sendo um ano dourado, literalmente. Ele é de Alagoa e faturou no Prêmio Brasil Queijos a segunda medalha de ouro para seu queijo aromatizado com manjericão. Além uma prata com o queijo fresco e um bronze para o defumado com podas de laranja. Esta é a primeira participação dele no concurso e sair com tanta aprovação é uma motivação para continuar produzindo. “Agradeço também a toda a equipe do ATeG agroindústria, onde aprendemos a trabalhar da maneira correta com os queijos, desde a ordenha até chegar à mesa dos nossos consumidores!”, afirmou Aldo.
Outra premiada que vem ganhando tudo este ano é a Maria Elisa de Almeida, do Sítio Primavera, em Lima Duarte. A medalha de ouro, desta vez, veio por conta do Queijo Minas Artesanal. Meses atrás, ela também já havia faturado uma medalha Super Ouro no Concurso Mundial de Queijos, com seu requeijão em barra. “Esse queijo minas eu já havia ganhado uma medalha de prata com ele. Os concursos nos ajudam a saber se estamos melhorando. Estou muito feliz com esse resultado”, contou Maria Elisa que, esta semana, já está em outro evento, a Minas Láctea, em Juiz de Fora. “É importante estar em locais como esse para divulgar nosso nome e mostrar o produto”.
Na região atendida pelo escritório regional do Sistema Faemg Senar, em Juiz de Fora, foram 22 medalhas para egressos de cursos ou Assistência Técnica e Gerencial (ATeG). 8 de ouro, 12 e prata e duas de bronze.
Mais medalhas em Diamantina, Comercinho, Datas e Joaíma
Em Diamantina, o produtor Ewerton de Almeida celebrou o retorno às premiações com a Queijaria Braúnas. Ele destacou a importância do reconhecimento para a visibilidade do produto e afirmou que o apoio do ATeG foi crucial para identificar e corrigir falhas na produção. "Quando a técnica de campo chega, ela detecta o que não está conforme o esperado e então deixa o relatório para a gente poder melhora. Isso ajuda em tudo," ressalta o produtor.
Com o aumento da notoriedade e a crescente demanda por queijos premiados, o produtor vê nas premiações um caminho essencial para a comercialização. “A qualidade aumenta, pois, a responsabilidade é maior". De acordo com Ewerton, a demanda é alta e muitos consumidores não conseguem adquirir o produto, que vende muito. Então, há um planejamento para o aumento de produtividade para atender a demanda, incentivada pelas premiações. A queijaria levou medalha de prata na categoria “Queijos Tradicionais”, tipo “Queijo Minas Artesanal”.
Em Datas, microrregião de Diamantina, a Queijaria João de Barro alcançou duas medalhas de bronze, nas categorias “Queijos Finos”, nos tipos “Casca mofada (Penicilium candidum) ” e “Casca lavada (Brevibacterium linens)”. Este feito marca uma importante conquista para a produtora Édila da Silva, que está no seu primeiro ano de ATeG e já tem resultados surpreendentes.
"Recentemente, Édila começou a participar dos eventos e feiras. Tem dedicação e segue as recomendações. Prova disso, é o resultado do concurso! O produto tem potencial para chegar ainda mais longe”, disse a técnica de campo do Sistema Faemg Senar, Liliane Duarte.
Entusiasmada com a vitória, a produtora comentou sobre a importância de apoio no percurso. “Eu nunca tinha recebido uma medalha. Agora comemoro duas. É maravilhoso! Sem a ajuda da técnica Liliane, do Sistema Faemg Senar e da nossa Associação, não teria condições de ter chegado até aqui", afirmou.
Em Joaíma, José Alves, produtor de Queijo Cabacinha, foi premiado com bronze na categoria “Massa filada e curados (não defumados)”. Já em Comercinho, a 3M Lácteos levou duas medalhas de prata na categoria “Queijo Tradicional”, tipo “Requeijão, e Queijo Artesanal de Leite”, tipo “Manteiga de nata, soro ou ghee (clarificada) com sal".
Região do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba
Três produtores do município de Araxá, que foram assistidos pelo ATeG Agroindústria do Queijo Minas Artesanal, se destacaram no concurso do VII Prêmio Queijo Brasil. São eles: Alexandre Honorato, da Fazenda Só Nata, com duas medalhas de ouro; Marcelo José de Resende, da Queijaria Daise Resende, com uma medalha de ouro e uma de prata; e Nélio Roberto Amâncio de Melo, da Queijaria Ávila, com uma medalha de bronze.
O técnico de campo do Sistema Faemg Senar, Vagner de Souza Januário, responsável pela assistência ao grupo finalizado em dezembro de 2023, comemorou o resultado. “É muito satisfatório ver os produtores participando dos concursos de queijos e conquistando medalhas, comprovando a qualidade e tradição de seus produtos. Ao longo da assistência técnica prestamos todo apoio necessário ao produtor, desde qualidade da matéria-prima, insumos, receitas, despesas, até o produto final. Um trabalho que amo fazer e o que me motiva, diariamente, é ver cada passo e evolução dos produtores assistidos”, disse Vagner.
O produtor Alexandre Honorato comemorou a chegada de mais medalhas para a sua fazenda. “Essa premiação é muito bem-vinda. A gente dedica bastante na produção, com muito capricho e, quando ganhamos algum prêmio, esse reconhecimento é muito prazeroso, valoriza a nossa dedicação à fazenda de forma ininterrupta”, afirmou.