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O INAES (Instituto Antonio Ernesto de Salvo) é uma associação civil sem fins lucrativos, dedicada ao desenvolvimento, pesquisa e inovação de sistemas produtivos. Atua em parceria com instituições públicas e privadas para fomentar a evolução das cadeias do agronegócio.

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Participação em HackTown foi sucesso para o Sistema Faemg

TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
ESCRITO POR GISELE NISHIYAMA, DE VARGINHA
19/09/2022 . SISTEMA FAEMG, SINDICATOS, INAES

O Sistema Faemg foi patrocinador master do HackTown e esteve presente no Inatel no Coffee Hub, um espaço idealizado e realizado pelo grupo de Mulheres Empreendedoras do Café de Santa Rita do Sapucaí e Mantiqueira, nos dias 16 e 17 de setembro. O espaço foi exclusivo para o Agro no maior evento de tecnologia da América Latina. Por lá, a entidade criou experiências, trouxe conexões e compartilhou histórias de vida em painéis.

Silvana Novais, Amanda Pessoa e Tércia Almeida - representantes do Sistema Faemg no Espaço Coffee Hub

A gerente da Faemg Mulher, Faemg Jovem e Inovação, Silvana Novais, considerou uma grande oportunidade poder participar de um evento desse porte na cidade, considerada “o Vale do Silício Brasileiro” – e que ganhou esse apelido justamente devido aos esforços de um casal de cafeicultores que incentivou a educação em tecnologia. 

“Antes não existia essa percepção do agro, esse foi o primeiro ano. Tivemos o privilégio de estar com o espaço Coffee Hub inclusive para homenagear as pessoas que começaram com isso e foi a oportunidade de mostrar esse agro que tem sustentado esse país de uma forma bem inovadora”, disse a gerente. De acordo com Silvana, o espaço foi um sucesso, com muitas visitas e vendas na cafeteria e palestras que criaram muitas oportunidades. “Tudo foi feito com muito cuidado e esse cuidado resultou em um final muito positivo, com uma divulgação fantástica do nosso sistema e do trabalho das empreendedoras locais, com apoio da EMATER”, concluiu.

Para o gerente regional do Sistema Faemg em Varginha, Caio Oliveira, a oportunidade de acompanhar as atividades com as mulheres foi muito boa, com as palestras e reuniões. “Foi muito bacana estar em contato com as novas soluções chegando ao mercado, com os jovens cheios de novas ideias que se desdobram em novas proposições, e agora estamos vindo para mostrar o nível de tecnologia que o agro está alcançando. Foi um evento muito bom para troca de conhecimentos e de experiências, para conhecer novas pessoas e ficar atento ao que o mercado traz de novidades”, avaliou.

Dentro dos conteúdos apresentados, construídos juntamente com a empreendedora e produtora Daniele Alkmim e demais produtoras do Mulheres Empreendedoras do Café, Silvana destaca que “tivemos vários pontos relevantes para a inovação no agro e incentivo da participação dos produtores e produtoras em um evento totalmente inovador”.

Espaço atraiu muitas visitas, gerando vendas e networking

Veja os principais pontos das várias atividades que o Sistema ofereceu durante essa imersão em inovação!

ATeG e os gargalos na atividade rural

A discussão foi conduzida pelos supervisores do Programa ATeG Café+Forte Paulo Alberto Torres Globo e Alexandre da Silva Prado, junto ao técnico de campo Silas André Rodrigues. Já de início, eles desmistificaram a ideia de que assistência técnica e gerencial é um investimento alto. “Tecnologia também é informação. Fazemos de tudo para que o produtor comece a mudança, pode ser um passinho de cada vez. A ideia é que ele entenda que ele precisa de ajuda e precisa evoluir. Para tanto, o Sistema Faemg fornece todo o suporte”, disse Alexandre.

Mara Serafim Gomes Pereira da Silva, produtora de café há 47 anos no sítio São Sebastião, trouxe sua experiência durante o evento. “Houve um encantamento pelo Programa ATeG. O acompanhamento foi fundamental para mudar a mentalidade da família, visitar outras fazendas e ver na prática que está dando certo para aplicação foi determinante”. Para Silas, renovar as lavouras e gerar nova mentalidade faz parte das benfeitorias. “A agricultura exige profissionalismo. O ATeG planta uma sementinha e ver o resultado da mudança na vida das pessoas, como o caso da Mara, é muito gratificante”.

Paulo Globo apontou a digitalização como uma das mudanças mais significativas no meio rural. “Do grupo de 20 produtores rurais que atendemos, todos já têm internet em casa. Nem todos tem computador, mas smartphone, sim. Além disto, os jovens de 30 a 35 anos estão mais interessados em voltar ou continuar no campo. Assim, a sucessão familiar tem crescido bastante, muita gente saiu dos grandes centros urbanos, conseguiu juntar as famílias. Por meio da tecnologia, é possível também estar em home office ao mesmo tempo em que investe na produção de café, leite e queijo”, contou.

Supervisores e técnicos do ATeG falando sobre os gargalos na atividade rural

A produtora de café, soja e milho em Carmo de Minas, Laura Samara Junqueira Pereira, está passando pelo processo de sucessão. Para ela, a palestra foi fundamental para entender mais do assunto. “Pude ver a necessidade de consultoria para nós, que viemos de gerações que estão tentando trocar de lugar o familiar, pelo amor, pelo negócio”. Arilson Xavier de Souza Costa, produtor de morangos, disse que o que viu o motivou a dar continuidade no negócio da família. “Tenho convencido eles a aplicar mudanças em uma parte da lavoura para observar os resultados”.

Sucessão no Agro: as oportunidades e desafios da nova geração

A produtora rural e diretora na Associação Mulheres Empreendedoras do Café, Hellen Barros, conduziu a conversa que contou com a gerente de Educação Formal do Sistema Faemg, Tércia Almeida. Ela pontuou que nem todo herdeiro é sucessor e “isso evidencia a necessidade de preparar o futuro sucessor para assumir a propriedade rural. O acompanhamento viabiliza a transição bem-sucedida, prepara e estimula o processo sucessório quanto às oportunidades e desafios do agronegócio”.

Lucas Moreira Alckmin, responsável pela produção de cafés Moreira & Alckmin Coffees e diretor presidente da CooperRita, contou sobre a mudança que teve, “do terno com gravata para a botina”, quando percebeu a necessidade de se preparar para dar andamento aos negócios da família. “Para dar certo é necessário se capacitar para enfrentar os desafios e planejamento. Não adianta nada ter patrimônio e não saber trabalhá-lo”, alertou.

Painel Sucessão no Agro

A convidada Maria Stella Rennó Alckmin, da Fazenda Colônia Branca, também trouxe sua experiência. Produtora rural, engenheira civil de projetos sustentáveis e cofundadora do projeto TekOá, ela herdou a fazenda da mãe. Antes de assumir, a terra ficou arrendada por 10 anos, já que nenhum dos filhos tinha demonstrado interesse até então. “Faz três anos que estou à frente da fazenda. Percebi, no início da pandemia, que a Engenharia Civil não estava mais fazendo sentido, então saí do emprego. Estudei bioconstrução e bioarquitetura, resolvi fazer parte do legado e da história da fazenda, e hoje quero trazer de volta a nossa ancestralidade”.

Como será o produtor do futuro?

“Queremos entender o que vai acontecer em termos de tecnologia e perfil do produtor hoje e do futuro. Fui mentor do CNA Jovem e foi muito importante para pensarmos em ferramentas de gestão e mudança geracional”, adiantou Paulo Henrique Leme, coordenador do polo Embrapii Zetta/UFLA de Agricultura Digital, que tem projetos há 4 anos em parceria com a CNA. A mediadora do painel foi Andréia Vilela e Júlia Viana, produtora de cafés especiais, influenciadora digital e fundadora do João e Maria Cafés Especiais, conduziu a conversa.

Eduardo Ferreira, sócio-gestor da Flora regenerativa Coffees, Mestre em Ciência e Economia do Café pela Universidade de Udine, apresentou o perfil do produtor do futuro: “dinâmico, inovador, gestor, aprendiz e conectado”. Ele ainda reforçou a necessidade de produzir com sustentabilidade: “desde a revolução verde, nós ampliamos a produtividade e o Brasil é referência. Proteger as florestas é nos proteger das intempéries climáticas”.

Painel sobre como será o produtor do futuro

Mulheres do Agro: quando o coletivo impulsiona vidas

A gerente Silvana Novais estimulou o diálogo falando da importância de fazer transformações e abrir portas para que as mulheres possam fazer a diferença. “Tudo será feito com inovação, com a participação de mulheres na gestão, na movimentação do coletivo em prol de um propósito maior. A Faemg Mulher estimulará o empreendedorismo, a liderança, e a participação ativa e desenvolvimento das mulheres”.

A professora do Instituto Federal Sudeste de Minas - Campus de Bom Sucesso e representante da Aliança Internacional das Mulheres do Café – IWCA Brasil, Danielle Baliza, chamou a atenção para o ambiente acadêmico. “Precisamos que sejam criados grupos de mulheres para que seja feita uma verdadeira revolução. Contribuir na formação de lideranças de mulheres do agro, para que levem as informações e gerem oportunidades”.

A criadora da startup Agrorigem e líder do grupo Mulheres Empreendedoras do Café de Santa Rita do Sapucaí, Daniele Alkmin, falou da importância da união das mulheres e do reconhecimento pelo trabalho realizado. “Temos conseguido conquistas importantes e promovido eventos sobre inteligência sistêmica, liderança criativa, felicidade e propósito. Recebemos visitas de pessoas do Egito, Dubai e Bélgica, interessadas em conhecer projetos voltados a mulher no agro”, revelou.

Painel sobre Mulheres do Agro

“É importante agregar, fazer a diferença na vida das pessoas e caminhar em direção a outras mulheres. Café é zelo, amor, carinho, é liderar pelo exemplo. Somos inspiradoras, é muito importante criar parcerias. Café é resiliência, coragem e superação”, concluiu Marisa Contreras, empresária, idealizadora do Encontro Mulher do Café e embaixadora do Projeto Florada.

Inovação no Agro: onde estão as reais oportunidades?

Gabriel Maia, consultor do ecossistema de inovação, mediou a conversa, que falou da necessidade de trazer conexões e tecnologia para o futuro do agro. “A tecnologia é um caminho sem volta para o produtor rural. Temos condições para aumentar a produtividade, que impacta diretamente no financeiro. Por meio da tecnologia conseguimos fazer com que o produtor tenha informação o tempo todo e venda melhor, promovendo também a sucessão familiar”, disse Jhemerson Lucas, CEO na Agroger.

O CEO na Novo Agro Ventures, Leonardo Dias, falou do Sistema Faemg e dos sindicatos, bem como sobre o mapeamento das dores do produtor. “É preciso trazer soluções aos produtores. Eles querem algo mensurável, quanto de resultado vai gerar. Este desafio é complexo e um processo sistemático. É importante também o agro se preocupar com a sustentabilidade e como se posicionar enquanto marca, discurso e sua relação com o meio ambiente”, opinou.

Painel Inovação no Agro: onde estão as reais oportunidades?

Para Luis Henrique Albinati, diretor de novos negócios da Cooperativa Minasul, o mercado está aumentando a exigência, com rastreabilidade, por exemplo. “São vários protocolos a serem seguidos para colocar o produto em condições mercadológicas que traduzam o valor agregado do produto. Além disso, há uma solicitação de qualidade atrelada à transparência, sustentabilidade ambiental e baixo custo”.

Coffee Geeks e Coffee Lovers: uma conversa sobre novos perfis de consumo de café

A produtora de café e leite, Andréia Moreira, intermediou a discussão sobre a relação emocional e afetiva cada vez maior por parte do consumidor como café, tornando-se, até mesmo, um estilo de vida. 

Para Amilton Gonçalves Junior, fundador da Gamers Coffee - Cafés Especiais e da Target Coffee - Assessoria em cafés Especiais, “a associação do café com o mundo gamer veio para ser mais natural do que o uso de energéticos. O público está mais exigente, perguntam se tem mais forte, se é orgânico ou fermentado”.

Para a jornalista Mariana Proença, especialista em Conteúdo de Café, outra questão é a preocupação com o modo de preparo: “a forma como o café é preparado permite diversificar a experiência com a bebida, assim, surgem pautas diversas e eventos ricos em conteúdos especializados”.

Painel Coffee Geeks e Coffee Lovers