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Dia de Campo passa por Três Pontas e Varginha

ATEG CAFÉ + FORTE
ESCRITO POR GISELE NISHIYAMA, DE LAVRAS
13/05/2022 . SISTEMA FAEMG, SINDICATOS, SENAR

O Sistema FAEMG, junto ao Sindicato dos Produtores Rurais de Varginha, não só presta serviços como também incentiva a troca de conhecimento para fortalecer a cadeia produtiva do café, através do Dia de Campo ATeG Café+Forte. As estações foram conduzidas em várias propriedades e mostraram tecnologias ao alcance dos cafeicultores.

A visita se iniciou no Sítio São Carlos, “Venda do Carlinho Sarto”, em Três Pontas, com palestra sobre Multfertilizantes/Agro CP, conduzida por Douglas Tostes. As demais atividades ocorreram em Varginha. O primeiro assunto abordado foi terra de cultivo (eficiência do organomineral para altas produtividades), no sítio Mato da Onça, por Gustavo Sive.

Participantes do Dia de Campo

Em seguida, houve a palestra conduzida pelo produtor de café Guido Reguim Filho em seu sítio, sobre secador de café estático caseiro. De acordo com Guido, “o secador foi feito na própria fazenda, seguindo as normas existentes. Através dele foi possível demonstrar que, com um pouco de criatividade, podemos reduzir custos, o que pode significar uma economia em torno de R$ 15 mil para um secador com capacidade de até nove mil litros de café”.

Para Guido, “o Dia de Campo é muito gratificante e participativo, pois é possível falar aos produtores sobre aquilo que é sustentável e fazer uma troca de informações muito satisfatória para todos”.

Na parte da tarde, as palestras ocorreram na Fazenda dos Tachos. O primeiro assunto abordado foi sobre cooperativismo de crédito rural - Sicoob Credivar, com Renato Paiva. Na sequência, manejo pós-colheita, com a proprietária da Fazenda, Maria José Vilela Rezende Bernardes, a Zezinha, e irrigação x sequeiro no café com o palestrante e técnico do ATeG, Guilherme Ferreira Marques.

Guido Reguim ao centro, falando sobre secador de café estático caseiro

Ensinamentos de Zezinha

Maria José Vilela Rezende Bernardes, a Zezinha, foi campeã do 5º Cupping de Cafés Especiais do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) Café+Forte. Para ela, o “primeiro lugar do Sul de Minas é muito bom e representativo, estou surpresa de ver a repercussão que isto está tendo, estou muito feliz e vou batalhar para que no ano que vem possa estar firme e forte no primeiro lugar de novo”.

Sua palestra sobre o manejo pós-colheita demonstrou, segundo ela, que é “fundamental o pós-colheita bem feito, porque às vezes você consegue colher um café muito bom, um café que seria um futuro campeão, mas que se não tratar ele de acordo, você vai perder toda a qualidade”. Zezinha explicou que, na Fazenda dos Tachos, logo que o café chega, já é lavado e separado, colocado em lotes separados no terreiro e eles vão fazendo o manejo controlando, inclusive a temperatura.

“Quando é o café fermentado todo o processo de pós-colheita é muito importante, não só no terreiro. Se for necessário secador, tem que secar em temperatura mais baixa, nunca exceder os 45 graus. Na massa do café e na máquina também, tem que estar tudo muito bem regulado, pois, às vezes, a própria máquina pode não estar separando direito os defeitos e o processo completo tem que ser acompanhado”, detalhou a cafeicultora. Os lotes da Fazenda dos Tachos são todos rastreados, desde a lavoura até entrar na cooperativa. “Quando o café vai secando, a gente já tem que ir amontoando, fazer tudo com carinho, fazer bem feito”, ensinou a produtora.

O supervisor Leandro Santos (à esquerda) mostrando o troféu ganho por Zezinha no Cupping do ATeG Café+Forte. À direita, o também supervisor Krauss Alvarenga Cabral

Para Zezinha, o Dia de Campo foi fantástico. “Houve a oportunidade de passar em várias propriedades assistidas para ver brota, café novo, café em produção. Temos muitíssimo a agradecer e, em especial ao nosso técnico, Guilherme, um menino de alta qualidade, não só como profissional, mas como pessoa. Na palestra contei um pouco da minha vida, nasci na lavoura de café. Há 30 anos assumi sozinha a cafeicultura, foram muitos desafios, mas a gente vai superando, a gente erra, aprende e vamos seguindo, fazendo sempre cursos do SENAR. Meu filho está fazendo agora o de Torra e a gente está sempre procurando melhorar. Os cursos são fantásticos, a gente agradece demais ao Sistema FAEMG que proporciona estas coisas tão boas para nós. A Fazenda está sempre de portas abertas ao SENAR - a gente só consegue melhorar através do conhecimento”.

Saldo positivo

De acordo com o técnico de campo do ATeG Café+Forte, Guilherme Ferreira Marques, os cafeicultores puderam ver maneiras de poda, renovação diária, adubação eficiente, construções de secadores e manejo pós-colheita. “Com o manejo adequado, mesmo nesta época em que estamos tendo um ano de safra com perdas, é possível ter produção satisfatória. Aqueles que fazem o manejo bem feito vão conseguir sobressair bem desta crise que a gente está passando, enquanto aqueles que não conseguem fazer um manejo adequado, talvez por falta de uma assistência técnica contínua, podem estar em uma situação mais difícil. Assim, o produtor deve fazer todo o manejo na hora certa para ter altas produções”, analisou.

O técnico ATeG Guilherme Marques, falando sobre Irrigação x Sequeiro no café

Para o supervisor do ATeG Café + Forte, Leandro de Freitas Santos, o dia de campo foi muito produtivo. “Passamos em uma lavoura de safra zero, passamos onde o produtor apresentou um secador caseiro de baixo custo. Trouxemos através do Guilherme o tema sobre lavouras irrigadas x sequeiro, dentre outros assuntos. A participação dos produtores foi muito boa, a gente estava com mais de 70 participantes. Conseguimos fazer com que outros produtores, de outras propriedades, pudessem vivenciar situações diferentes que possam ser usadas dentro da sua própria propriedade. Esta troca de informação, de tecnologia, reforça ainda mais o Programa, pois mostra aos produtores que realmente vale a pena seguir direito os conceitos de recomendação técnica, gerencial. Os resultados são realmente colhidos ao final”.

De acordo com o mobilizador do Sindicato dos Produtores Rurais de Varginha, Diego Cauvilla, o evento é “importantíssimo para que os produtores conheçam o que oferecemos, além de proporcionar novos conhecimentos de beneficiamento do grão de café, muito bate-papo e trocas de ideias e ainda fechamos o dia na Fazenda dos Tachos, com a emocionante palestra da Zezinha”.