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Um grupo de 120 mulheres e jovens passou esta quinta-feira (1º/12) na sede do Sistema Faemg Senar discutindo sobre liderança, protagonismo feminino e juvenil no agro e representatividade sindical no campo. Essa foi a proposta do 1º Encontro de Mulheres e Jovens do Sistema Faemg Senar, iniciativa pioneira da entidade que também serviu para lançar, oficialmente, as comissões Faemg Mulher e Faemg Jovem.
A diretoria do Sistema Faemg Senar deu as boas-vindas aos participantes com a abertura feita pelo presidente Antônio de Salvo e pelo 1º vice-presidente de finanças Renato Laguardia, enquanto o 1º vice-presidente de secretaria Ebinho Bernardes apresentou detalhes da estrutura e do funcionamento do Sistema, bem como o que a entidade faz pelo meio rural. O evento também contou com a presença do assessor especial da diretoria, Antônio Álvares, o Toninho de Pompéu.
Segundo a gerente da Mulher, do Jovem e de Inovação do Sistema, Silvana Novais, esses são públicos sedentos por conhecimentos e ações. “Queremos trazer mais mulheres e jovens para o agronegócio e acreditamos que essas duas forças vão fazer grande diferença no nosso meio, trazendo novidades e impactando o que a gente faz. Juntos, poderemos entender quais as verdadeiras necessidades deles. Precisamos de novos líderes”, analisou. A gerente falou aos participantes sobre as ações do setor para impulsionar a participação das mulheres e jovens nos negócios rurais e na representatividade política dos produtores.
“Confiança para liderar” foi o tema da palestra proferida pela engenheira agrônoma, mentora e treinadora de lideranças, Mírian Xavier. Especializada no agro, ela trouxe ideias sobre direcionamento de atitudes para o público consolidar o protagonismo nos negócios e na vida. “A impressão que eu tenho é que nós, mulheres, e os jovens, temos que provar o tempo todo que somos bons. Mas, quanto mais amadurecemos, adquirimos experiências diferentes e trabalhamos a nossa confiança, menos a gente se abala”, aconselhou.
O que elas e eles querem
Os painéis temáticos ressaltaram, sobretudo, a necessidade e os benefícios de realmente se envolver na atividade rural, seja uma mulher que teve pouco ou nenhum contato com o negócio, seja um jovem que só ouviu falar do sindicato pelas conversas dos produtores mais velhos.
Para os jovens, três presidentes de Sindicatos contaram suas trajetórias ao assumir as entidades e ficou claro que a renovação trouxe novos serviços e vantagens para os produtores, um novo olhar sobre a gestão sindical e, sobretudo, mais confiança dos associados. Em seguida, quatro participantes do Programa CNA Jovem dividiram suas experiências com o aprendizado sobre liderança e protagonismo que a iniciativa trouxe para suas vidas e suas carreiras.
As dezenas de mulheres no outro espaço reservado para as discussões ouviram lideranças femininas a respeito do papel da mulher como líder no campo e sobre o fortalecimento do sindicalismo rural e a importância do protagonismo delas no agro. Em comum, as falas trouxeram casos de busca por conhecimento, insistência e, sobretudo, a força do querer e da união entre as produtoras rurais.
Para o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de São João do Manhuaçu e presidente da Associação dos Sindicatos dos Produtores Rurais das Matas de Minas (Assmatas), Felipe Silva, 29 anos, a renovação na entidade atraiu os jovens para o Sindicato. Ele assumiu a presidência em 2019 e destaca que hoje os produtores reconhecem que a vida no campo com renda e qualidade de vida é possível. O jovem sindicalista afirmou que o Encontro em Belo Horizonte ajuda a despertar o interesse do jovem em estar em contato com o Sistema Faemg Senar e fazê-lo se sentir realmente representado.
Da farmácia para o cafezal, Juliana Rezende Mello fez um caminho que culminou na descoberta do amor pelo campo e pela cafeicultura, atividade que envolveu toda a família em Monte Carmelo e já levou a vários outros empreendimentos na propriedade. “O evento de hoje é de suma importância, porque a visibilidade dessas mulheres mineiras vai mudar a partir dessa união. Esse é um momento em que a gente pode se conectar e trocar informações sobre o que cada uma faz. A partir do momento em que a Faemg Senar se posiciona, isso gera resultado. As mulheres sempre estiveram nas fazendas e estão assumindo cada vez mais pautas importantes e ajudando na sucessão”, avaliou.
Partir para a ação
O dia culminou em propostas que serão trabalhadas pelas comissões Faemg Mulher e Faemg Jovem. Dentre todas, as principais versam sobre dar oportunidades para jovens conhecerem mais das atividades rurais dos próprios municípios; participarem da renovação no movimento sindical; ter mais acesso a cursos de capacitação e visitas técnicas para ver de perto a produção rural local. No caso das mulheres, a demanda é por mais participação nos sindicatos e instâncias de decisão das entidades do agro, mais ações que possam reunir mulheres para que elas troquem experiências e se organizem, além de ter suas necessidades levadas em consideração nas tomadas de decisão das instituições.
“O evento foi extremamente positivo, foi a primeira vez que trouxemos um grupo de mulheres e jovens para dentro da casa. Tivemos muita receptividade, todos estavam sedentos por se aproximar, falar e ouvir. Fizemos um retrato de quem nós somos e quais são suas visões e necessidades”, pontuou Silvana Novais. Ela destacou a abertura que as entidades precisam dar para que esses públicos se aproximem delas. “Esse é um trabalho que faremos agora com os sindicatos. Temos muitos deles abertos e vamos começar a fazer ações para mostrar que esse público está ali, junto e querendo participar, e às vezes eles não percebem. Agora vamos compilar todas essas propostas, aprender com elas e caminhar junto com esse público”, concluiu.