Um dos objetivos do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) Agroindústria, oferecido pelo Sistema FAEMG/SENAR/INAES, é treinar os participantes em boas práticas de fabricação, que envolvem determinações previstas na resolução 216/2004 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O grupo de ATeG Agroindústria formado na região de Mar Espanha, um dos cinco em andamento nesta cadeia em Minas Gerais, recebeu o treinamento e já apresenta resultados.
“Esses cursos contribuem, de forma efetiva, para a regularização de queijarias e laticínios. O programa também aborda gestão de custos e indicadores de desempenho econômico”, explicou a técnica especialista Aline Machado Castro.
Evolução
Uma agroindústria de Bicas e uma de Pequeri, assistidas pelo ATeG, receberam o curso Boas Práticas de Fabricação - Lácteos e produtos derivados, ministrado pela instrutora Hiasmyne Medeiros. Foram abordadas as condições e os procedimentos higiênico-sanitários e operacionais sistematizados em todo o fluxo de produção do estabelecimento. O objetivo é garantir a inocuidade, a identidade, a qualidade e a integridade dos alimentos produzidos. “Mãos de manipuladores são responsáveis por quase 30% de contaminação de produtos, segundo informa a Organização Mundial da Saúde”, afirmou a instrutora.
O curso foi promovido por meio da parceria do Sistema FAEMG/SENAR/INAES com a Associação Comercial e Empresarial de Bicas (Asscom), com apoio do Serviço de Inspeção Regional do Consórcio Intermunicipal de Especialidades (CIESP), que envolve 11 municípios, e da Prefeitura de Pequeri.
“Nosso trabalho envolve a inspeção de agroindústrias, que nos mostra a dificuldade de implementação de boas práticas de fabricação. Nosso objetivo envolve o aumento da renda local por meio do desenvolvimento regional e a ampliação do comércio com segurança alimentar, com combate à clandestinidade. Desde o início do ATeG, percebemos a evolução das indústrias”, destacou o médico veterinário e coordenador de serviços de inspeção do CIESP, Bernardo Barbosa Rocha.
O Laticínio Pé da Serra, que sediou o curso, é exemplo dessa transformação. “Tentamos o selo SIM há mais ou menos 20 anos, mas, como a produção era pequena, paramos no início do processo de legalização. Retomamos o processo há três anos e, há alguns meses, conquistamos o selo. O ATeG, e os cursos vieram em um momento muito propício e nos deram um norte no processo de legalização”, disse o produtor Ewerton do Amaral Jardim Júnior. O laticínio produz queijo minas frescal, queijo minas culinário, muçarela, manteiga e ricota.
ATeG Agroindústria
O grupo de ATeG formado em Mar de Espanha, em março de 2020, reúne produtores dos municípios de Belmiro Braga, Mar de Espanha, Chiador, Maripá, Rochedo, Leopoldina, Além Paraíba, Cataguases, São João Nepomuceno, Santo Antônio do Aventureiro, Pequeri, Juiz de Fora e Bicas. No total, são 20 agroindústrias artesanais de queijo minas.
A iniciativa é desenvolvida por meio da parceria entre o Sistema FAEMG/SENAR/INAES e o Sindicato dos Produtores Rurais de Mar de Espanha. Por meio do ATeG, são feitas visitas mensais de quatro horas em cada uma das agroindústrias participantes, além de serem promovidos treinamentos e eventos técnicos da cadeia produtiva. O participante recebe orientações técnicas e gerenciais por dois anos.
“O ATeG é de grande importância porque trabalha técnica aliada à gestão. O Sistema FAEMG/SENAR/INAES é peça fundamental no aperfeiçoamento e no aprendizado continuado dos nossos produtores rurais”, ressaltou o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Mar de Espanha, Marion Ferreira Gomes.
