A Fazenda Delíz, em Serro, sediou o curso piloto em Plantio Direto promovido pelo Sistema FAEMG/SENAR/INAES, com o apoio do Sindicato dos Produtores Rurais do município. Os trabalhadores e produtores do entorno que participaram tinham um objetivo em comum: aprender a selecionar e aplicar um adubo verde adequado, protegendo o solo contra a erosão e o deixando mais fértil para a agricultura. A prática tem revolucionado a vida no campo.
Para o analista técnico regional, Raimundo Papa Junior, o curso contribui, inclusive, para uma boa imagem do Brasil no mercado externo, favorecendo o comércio dos produtos agropecuários. O instrutor Luiz Carlos Dias Carvalho destaca que esse caminho é de menor custo e maior eficiência na preservação e conservação da estrutura do solo e melhoria da capacidade microbiológica e produtiva, diminuindo os gases do efeito estufa.
“Atualmente, vivemos uma pressão muito grande em relação à sustentabilidade, e o produtor deve se adequar para produzir dentro nesse contexto. Um solo desprotegido libera carbono na atmosfera e aumenta o efeito estufa. O que promovemos é a consciência para diminuir, senão quase zerar, a eliminação de gás carbônico. O plantio direto é uma das formas mais adequadas para chegar o mais perto disso possível, não afetando o meio ambiente”, explicou.
O plantio na palha, por exemplo, que tem a capacidade de melhorar o teor de potássio do solo, vem sendo utilizado em lavouras de café, cereais, soja, milho e trigo. A técnica pode ser adotada por qualquer produtor, mas a recomendação é que haja planejamento e algum conhecimento técnico para que tudo ocorra adequadamente.
“O solo tem uma característica importante: quanto menos mexer melhor, o que diminui muito o custo porque, com menos alterações de aração e gradagem, há melhoria na penetração de água, nutriente e oxigenação da área. Isso ocorre porque as próprias raízes das plantas servem como condutoras de água para o solo”, aconselhou o instrutor.
O tratorista e filho de produtor rural Flávio Augusto de Miranda Santos vive da agricultura. Ele, procurou o curso para melhorar a qualidade dos serviços que oferece. “O curso foi sensacional. O jeito que eu fazia para regular uma plantadeira de milho era bem mais difícil. Agora, vou economizar tempo e, consequentemente, plantar mais. Muito do que aprendi vai me ajudar no dia a dia porque muitos produtores têm receio quando se fala em plantio direto. Com experiência, o assunto é outro”.
Quem também participou foi Ricardo Nunes, proprietário da fazenda Delíz. Principalmente por ter migrado há pouco tempo para o meio rural, ele percebeu que vem obtendo muito conhecimento e resultados por meio dos cursos do Sistema. “Confesso que esse foi um dos mais importantes que fiz, porque percebemos o quanto utilizamos o solo de maneira incorreta e a importância do preparo e análise física do local. Enquanto produtores, pecamos muito nesse quesito. Estávamos indo por um caminho perigoso, fazendo com que o solo produzisse cada vez menos”, revelou o produtor.