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Produtor celebra crescimento do próprio negócio

ATEG
ESCRITO POR RICARDO GUIMARÃES
30/09/2022 . SISTEMA FAEMG, SINDICATOS, SENAR, FAEMG

A tecnologia e os novos conhecimentos avançam para ajudar o produtor rural nas regiões do semiárido mineiro, a exemplo do que acontece em Monte Azul, Norte do estado. Por lá, as ações do Sistema Faemg, por meio do Programa de Assistência Técnica e Gerencial – ATeG Balde Cheio, estão ajudando a transformar vidas e prosperar negócios. Caso do produtor rural Genival Fernandes dos Anjos que, em pouco mais de um ano, viu sua propriedade se tornar autossustentável, aumentando ganhos na produção de leite.

“A minha experiência prática ajudou muito, mas a chegada do ATeG fez grande diferença. Aqui a média de leite por dia, em 2021, era em torno de 40 litros. Hoje, com oito vacas em lactação, produzo 120. Essa mudança ocorreu após conseguir introduzir na rotina de trabalho duas ordenhas ao dia, o que foi possível por causa do aumento da alimentação e nutrição animal, uma orientação do técnico de campo. O planejamento agora é de 200 litros de leite ao dia em 2023, seguindo estes ajustes”, destaca Genival.

A mudança no patamar da produção foi acompanhada por uma renovação de ânimos do produtor rural. Nos últimos cinco anos, Genival Fernandes tem se dedicado cada vez mais ao seu próprio negócio, após trabalhar durante muito tempo como diarista e funcionário de fazendas na região.

“Sempre atuei no meio rural. Quando eu trabalhava para os outros já tinha a intenção de um dia trabalhar para mim. Recebi do meu pai uma parte do terreno da família, juntei dinheiro e comprei outras partes dos meus irmãos, e fui começando aos poucos, adquirindo animais e cuidando do local. Neste meio tempo, fiz cursos e conheci o ATeG, que já estava implantado em alguns vizinhos. Todo o meu sustento tiro da terra. Não dependendo de trabalhar para ninguém mais hoje”, celebra o produtor.

Evolução com técnica 

Entre os cursos e novas técnicas, Genival passou a plantar na propriedade palma, capiaçu e cana, que hoje são as principais fontes de alimentação dos animais. Diariamente, ele coloca no cocho o concentrado que tem ajudado o rebanho a seguir com boa alimentação, mesmo em período de seca, reduzindo gastos com compra de rações prontas. Segundo o técnico de campo, Rodrigo Fonseca de Azevedo, esse comprometimento do produtor em evoluir tem feito grande diferença na propriedade, e a atuação técnica vem impulsionar ainda mais os avanços.

“Ele já tinha implantado algumas opões de alimentação, fazia muita coisa certa, mas a dieta dos animais não estava correta. Ajustamos e melhoramos a dieta das vacas, o manejo nutricional e a ordenha. Agora ele está alcançando resultados melhores. Aqui foi a junção dos conhecimentos que o produtor já tinha dos cursos da Faemg e, agora, o complemento com o ATeG. Hoje o Genival atingiu um bom fluxo de caixa, que possibilita a ele aplicar novas metodologias de trabalho e tecnologias na fazenda”, comenta.

A prova que a técnica aliada à grande vontade de fazer acontecer tem dado certo na propriedade é que o espaço onde o volumoso para alimentação dos animais é plantado fica em cerca de meio hectare. Além disso, com indicação do técnico, Genival Fernandes fez pela primeira vez silagem de sorgo, porém, ainda não precisou usar, mesmo com o período de seca.

“Já programei para usar essa silagem no ano que vem. Hoje ainda consigo alimentar bem minhas vacas com o que tenho de volumoso, sem a chuva ter chegado. E este ajuste da alimentação veio após os novos conhecimentos, se não fosse isso não conseguiria criar nada de vaca. Tem vizinhos até com mais terra, mas que tiram menos leite. Eu penso que é necessário saber, aproveitar cada palmo de terra. Cada espaço possível eu planto, não deixo a terra parada”, diz.

Um desafio para a produção tem sido o fator climático, que faz com que o produtor precise ser ainda mais assertivo na adoção das recomendações do técnico. “O período de chuva da região é curto e não tem sido, nos últimos anos, regular. Para o produtor de leite se manter na atividade, precisa fazer planejamento alimentar para o período de seca. Cana, capiaçu e palma são ótimas opções, por serem perenes e de baixo custo. Hoje na pecuária, especialmente na de leite, a gente precisa aumentar a produtividade, intensificar os tratos culturais, para produzir mais volumoso por área. Por isso o produtor que quiser se manter na atividade precisa cada dia se atualizar”, afirma Rodrigo Fonseca.

A produção de Genival Fernandes é acompanhada dia a dia, para o fornecimento de um concentrado apropriado. Na área de plantio, foi feita melhoria dos tratos culturais, para aumentar produtividade dos volumosos e garantir que a produção não caia. “Fizemos a coleta de terra para análise de solo também e vou seguir desenvolvendo a propriedade”, finaliza o produtor rural. 

Animais passaram a receber mais volumoso, aumentando a produção de leite