Os cafés dos produtores assistidos pelo Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) Café+Forte foram os destaques do I Concurso Municipal de Qualidade dos Cafés de Olímpio Noronha: cinco cafeicultores garantiram a colocação entre os vencedores do concurso. A iniciativa é da Prefeitura Municipal, da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (EMATER-MG) e da Associação Cultural de Heliodora (ACHE).
O concurso foi feito para produtores de Olímpio Noronha e dividido em duas categorias: Café Natural e Café Cereja Descascado. O objetivo foi contribuir para a melhor qualidade de vida do cafeicultor e da sociedade olímpio noronhense. Além disso, o ganhador consegue acessar mercados diferenciados.
Na categoria Natural, os produtores José Aparecido Antunes, Marciano Aparecido da Silva, Liane Hiniraski e Erika Alvarenga Motta Soriano empataram e foram os grandes vencedores. O produtor Aloísio Aparecido Oliveira, que trabalha com o irmão, André Luiz de Oliveira, conquistou o terceiro lugar na premiação. Já na categoria Cereja Descascado, o cafeicultor Marciano Aparecido da Silva alcançou o terceiro lugar.
Os cafeicultores Marciano, Liane, Aloísio, José Aparecido e André são atendidos pelo técnico de campo Leonardo Abud Dantas de Oliveira há um ano, enquanto Erika recebe assistência do técnico Krauss Cabral há dois anos.
“Fico muito feliz em saber que quatro participantes do grupo foram ganhadores. Todos os premiados participaram recentemente de cursos de Formação Profissional Rural, do Sistema FAEMG/SENAR/INAES, e acredito que esta premiação seja uma coroação do esforço e entusiasmo deles. Nestas propriedades, trabalhamos a correção do solo, a adubação equilibrada e no momento correto, o manejo consciente das plantas daninhas, a desbrota e, quando necessário, o controle de pragas e doenças. Além destas práticas, o cuidado no pós-colheita foi fundamental”, explicou o técnico Leonardo.
Mudança pelo ATeG
O produtor José Aparecido contou que trabalha como cafeicultor há 20 anos e, pela primeira vez, seu café atingiu 88 pontos. “Sem o ATeG Café+Forte, isto não seria possível. Nesta safra, toda a lavoura produziu bebida de 80 a 88 pontos. Antes, apenas 20% da produção era bebida mole ou estritamente mole. O Sistema FAEMG/SENAR/INAES mudou nossas vidas”, contou.
O produtor Marciano também relatou que trabalha em uma lavoura há oito anos e, com as orientações do ATeG Café+Forte, seu café atingiu 88 pontos pela primeira vez. “Há seis anos trabalho com café especial, mas, certamente, este é o melhor momento que estamos vivendo na cafeicultura. São os detalhes que fazem a diferença na qualidade do produto e o técnico nos mostra isto muito bem”, relatou.
A cafeicultora Liane iniciou o trabalho como produtora há dois anos. “Quando chegamos na lavoura, conseguimos recuperar dois mil pés e, o restante, plantamos novamente. O técnico nos deu todo o suporte e já conseguimos bons resultados. O ATeG Café+Forte chegou para mudar a cabeça do cafeicultor e mostrar que a cultura é lucrativa e existem técnicas que contribuem para que isso aconteça. Através do Programa, conseguimos acompanhar de perto e aprender as técnicas de manejo, como cuidar da planta, quais produtos devem ser utilizados e o que prejudica o cafezal”, contou.
Esforço conjunto
Erika faz parte da Associação das Mulheres Empreendedoras do café da Serra da Mantiqueira (AMECAFÉ), um grupo de mulheres cafeicultoras da serra da Mantiqueira. Ela explicou que, antes do Programa, 20% da lavoura produzia café especial e, agora, 70% produz. “A troca de experiência com o técnico é fundamental para alcançarmos bons resultados. A cada visita, conseguimos aprender algo novo. Um pé de café bem cuidado facilita a produção para um café de qualidade. Já participei de vários cursos oferecidos pelo Sistema FAEMG, como os de Classificação e Degustação, Operação e Manutenção de Roçadeira e Colheita e Pós-colheita (via seca e via úmida) e todos contribuíram muito para este resultado”, disse.
O técnico Krauss, que atende a produtora, explicou quais foram os principais manejos trabalhados que contribuíram para este resultado. “Trabalhamos uma adubação bem assertiva, sem excessos, e também a pulverizações de micronutrientes, aproveitando este processo para o controle de pragas e doenças. A produtora não trabalha com o terreiro de chão, ela utiliza o terreiro suspenso com o secador de caixa. O diferencial é que eles fazem uma secagem bastante lenta, simulando o terreiro, que é o que se deve fazer, neste caso. Outra observação, é que a família mesmo beneficia o produto de forma bem pontual”, explicou.