As medidas antidumping para proteger os produtores de leite foi um dos principais assuntos da 37ª Reunião da Comissão Técnica de Pecuária de Leite, promovida pelo Sistema Faemg Senar, nesta quarta-feira (11), durante a Megaleite 2025. O encontro, realizado no Parque da Gameleira, reuniu mais de 80 participantes, entre produtores rurais, representantes políticos e entidades do setor.
A iniciativa de combate ao dumping, liderada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) com apoio do Sistema Faemg Senar, busca conter os impactos da importação de lácteos a preços desleais, especialmente da Argentina e do Uruguai.
“Precisamos resgatar algo raro nos dias de hoje: paciência. A CNA está atuando no processo de investigação de práticas de dumping. Esse processo é lento, pode durar meses ou até mais de um ano, mas estamos cumprindo nosso papel. A única saída para os desafios que enfrentamos é a organização. Cabe a nós nos unirmos, concordando ou discordando, e só com união e articulação conseguiremos avançar”, destacou o presidente do Sistema Faemg Senar, Antônio de Salvo.
O assessor técnico da CNA, Guilherme Dias, falou sobre as principais frentes de trabalho da Comissão Nacional de Bovinocultura de Leite.
"Estamos pressionando o Executivo para avançar nas medidas de proteção ao setor, incluindo o aumento das taxas de importação. Outra questão é a previsibilidade dos preços do leite. Nosso objetivo é garantir estabilidade e crescimento para o setor leiteiro. A criação de um grupo de trabalho focado nesse tema é uma das nossas principais bandeiras este ano.”
O presidente da Comissão Técnica de Pecuária de Leite, Jônadan Ma, reforçou a importância das reuniões do grupo para discutir os interesses do segmento leiteiro.
"Estamos aqui para discutir nossas ações em prol da cadeia do leite, os desafios, as conquistas e quem caminha ao nosso lado nessa jornada. É um momento importante de diálogo entre o Sistema Faemg Senar e os representantes do agro mineiro e nacional, unindo esforços pelo fortalecimento do setor."
Presenças
Diante dos vice-presidentes do Sistema Faemg Senar, Renato Laguardia e Ebinho Bernardes, do superintendente do Senar Minas, Celso Furtado Jr., e do presidente da Girolando, Domício Arruda, a deputada federal Ana Paula Leão, presidente da Frente Parlamentar em Apoio ao Produtor de Leite, falou sobre as atuações políticas para o segmento.
"Quando fui eleita, percebi que o setor leiteiro estava ficando para trás nas discussões sobre o agro, que costumam priorizar grãos e cereais. Por isso, criei a Frente Parlamentar em Apoio ao Produtor de Leite. Foi uma construção coletiva. Juntos conseguimos fazer alguns projetos avançarem. Um exemplo é o projeto que proíbe o uso da palavra 'leite' para produtos que não sejam de origem animal.”
Apresentações
Entre os destaques do encontro, também esteve a apresentação dos resultados da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) pela analista Ingryd Lanna. “O ATeG promove melhorias técnicas, mas também melhorias de renda.”
Já o pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Glauco Rodrigues, fez uma análise dos dados em relação à produção leiteira no país.
“O leite mudou muito no Brasil nos últimos 10 anos e está concentrado em lugares cada vez mais específicos, ou seja, uma média de 4% do território nacional. Destaque para a produção em regiões como Minas, Sul do país, um pouco em São Paulo, mas também demonstrando como o Nordeste tem crescido, investindo em tecnologia”.