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Queijaria premiada é estruturada para ofertar novos produtos

ATEG AGROINDÚSTRIA
ESCRITO POR RICARDO GUIMARÃES, DE MONTES CLAROS
27/07/2023 . SISTEMA FAEMG, SINDICATOS, SENAR, FAEMG

Casal vai passar a trabalhar com o ATeG Agroindústria, para aumentar o leque de produtos no mercado

Casal Regino e Rubnei, ao lado da equipe do Sistema Faemg Senar durante visita

Na comunidade Tamboril, zona rural de Porteirinha, Rubnei Santos Gomes e Regino Rodrigues da Silva se preparam para iniciar mais uma importante fase da Queijaria Rubi. O empreendimento tem rendido ao casal diversos prêmios, estaduais e nacionais, e reconhecimento pela qualidade do queijo produzido. Nos próximos meses eles passarão a atuar como agroindústria, aumentando o leque de produtos e possibilidades de mercado.

“O produto que nós temos hoje limita um pouco o mercado. A nossa proposta agora é a agroindústria de pequeno porte, pois temos conhecimento maior da produção de queijos e queremos avançar mais. O Sistema Faemg Senar nos preparou para esse momento e essa é uma oportunidade para abranger novos produtos”, explica a produtora Rubnei Santos.

Ex-alunos em vários cursos do Sistema Faemg, eles também foram contemplados pelo Programa de Assistência Técnica e Gerencial – ATeG. Atualmente, o casal integra o grupo ATeG Agroindústria, que tem sido importante para a nova transformação do negócio familiar. A ideia é migrar a produção atual, dedicada exclusivamente ao tipo Queijo Minas Artesanal (QMA), para produtos que usam o leite pasteurizado, como queijos tipo muçarela, Minas Frescal, prato, provolone, coalho, entre outros produtos, seguindo a qualidade que virou marca de Rubnei Santos. 

Rubnei Santos se especializou na produção de queijos nos últimos anos

A tendência é até triplicar a produção, já que o projeto inicial é de a agroindústria processar 300 litros de leite por dia, como explica a técnica de ATeG, Luciana Godinho. A profissional acompanha a evolução da queijaria desde o início do funcionamento. “O leite cru, que é usado hoje para o Queijo Minas Artesanal, restringe a produção. Com o leite pasteurizado ela poderá fazer diversos tipos de produto. Com a qualidade produtiva que já existe na queijaria e as boas práticas de trabalho, eles vão ganhar novos mercados. O casal tem o saber fazer, quer empreender e sempre buscam algum diferencial para não fazer o mesmo de outras queijarias”, opina Luciana.

A unidade da agroindústria está em fase de construção, dentro da propriedade de Rubnei e Regino, com as obras para a estruturação adequada do espaço em processo avançado. A agroindústria está em processo de habilitação sanitária junto ao Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).  A Técnica especialista em habilitação sanitária Drielly Marcondes auxiliou na criação do desenho do croqui da instalação  e submissão do processo e está realizando acompanhamento do processo junto ao órgão de inspeção. 

Dedicação 

Para chegar neste novo patamar do empreendimento, foram alguns anos de dedicação. Rubnei Santos e Regino Rodrigues ganharam grande notoriedade pela produção do Queijo Minas Artesanal (QMA), que é pouco comum no Norte de Minas devido às dificuldades produtivas impostas pelo clima, baixa altitude, sistema de alimentação das vacas leiteiras, que muda a microbiota do queijo, entre outros fatores. 

Com produtos de grande qualidade, queijaria já conquistou vários prêmios

Com muita dedicação, trabalho e estudo, em poucos anos a propriedade passou a ser referência. Rubnei Santos, que até 2016 nunca havia produzido queijos, se tornou especialista. “Comecei a produzir para o consumo da família. Era um queijo comum, mas já de olho em um padrão, e usávamos o leite de um pequeno rebanho da propriedade. Em 2017 comecei a me especializar, adquirimos animas com melhor genética, porque sempre foi nossa proposta usar o nosso leite, para ter controle da qualidade. Isso tudo após quase meu esposo querer deixar de vez a atividade, porque ele já produzia um pouco de queijo antes de nos casarmos”, relembra Rubnei. 

Com a marca Queijaria Rubi consolidada em várias regiões do estado e do país, o casal passou a participar de feiras e exposições, além de formalizar diversas parcerias, “abrindo as portas da fazenda, porque o pequeno produtor não consegue evoluir sozinho”, como o casal mesmo define. Tudo isso sem deixar de lado as capacitações, que ajudaram a superar diversos desafios produtivos para um queijo de qualidade. “Os maiores desafios eram com o controle da produção em relação às condições da região. Hoje conseguimos entender e controlar essas alterações para a produção não perder qualidade”, relata a produtora. 

E foi buscando qualidade e inovação que Rubnei e Regino viram a necessidade de crescer mais. Através do ATeG Agroindústria, os produtores recebem orientações para a regulamentação da queijaria, bem como para a manutenção da qualidade e a abertura de novos mercados. Uma das etapas foi a construção da nova queijaria.

Regino e Rubnei partem agora para atuação como pequena agroindústria

“Observei que somos fornecedores, mas não podemos ficar na mão de um só cliente, dependente de um só produto, sendo que temos possibilidade de agregar valor diferente e ampliar oportunidades. Vamos então consorciar o que fez o nosso sucesso e nome até aqui, com novas possibilidades. Nossa intenção é avançar, ter produtos variados e agregados, onde possamos ter qualidade de vida e gerar empregos. Estamos em uma região de grande potencial e é preciso evoluir, sempre”, finaliza Rubnei Santos.

A empreendedora já tem alguns supermercadistas na lista de contatos, que já demostraram interesse em possíveis parceiras para o futuro da agroindústria Rubi.