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Produtoras de Queijos Minas Artesanais

EVENTO
ESCRITO POR ASCOM
19/09/2022 . SISTEMA FAEMG, SINDICATOS, SENAR, INAES, FAEMG
Imagem: CNA

O Queijo Minas Artesanal (QMA) resistiu à modernização dos processos de produção, foi reconhecido como patrimônio imaterial do país e chega ao segundo semestre de 2022 como uma marca cada vez mais forte para o agronegócio, para a gastronomia e para a identidade cultural mineira.   

Nos últimos 18 meses, mais duas regiões foram caracterizadas oficialmente pelo governo do Estado como produtoras de QMA - Diamantina e Serras do Ibitipoca. A inclusão das novas regiões consolida o movimento de organização e profissionalização de um setor ainda muito marcado pela informalidade e, ao mesmo tempo, com enorme potencial de crescimento.  

Essa expansão é uma das novidades que serão apresentadas no Festival do Queijo Artesanal de Minas, que volta a ser presencial após dois anos de pandemia, e será realizado nos próximos dias 23, 24 e 25 de setembro, no Parque da Gameleira. Na primeira edição do festival, em 2017, o Estado tinha sete regiões produtoras de QMA caracterizadas. Agora, são 10, a maioria delas representadas com estandes no encontro. 

Ingressos no www.festivalqam.com.br

Essas regiões (Araxá, Campo das Vertentes, Canastra, Cerrado, Diamantina, Entre Serras da Piedade ao Caraça, Serra do Salitre, Serro, Serras da Ibitipoca e Triângulo Mineiro) produzem o mesmo tipo de queijo, com a mesma receita e têm o seu "saber fazer" característico. Entretanto, cada origem dá ao queijo uma identidade própria, de acordo com as características humanas, culturais e naturais do local onde é fabricado. Todos são produzidos a partir de leite de vaca cru, com leite procedente da mesma propriedade onde fica a queijaria.  

Recentemente, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) elaborou mais dois regulamentos técnicos destinados a outros dois tipos de queijo feitos a partir de leite cru: para a cidade de Alagoa, no Sul de Minas, e para a região de Mantiqueira de Minas. E já existem outras regiões caracterizadas como queijo artesanal no Estado, como a Serra Geral, sem especificação do tipo; Vale do Jequitinhonha, com o cabacinha, no; e o queijo Vale do Suaçuí, na região onde é produzido o queijo de mesmo nome. Portanto, o Estado tem hoje 15 regiões caracterizadas - 10 para o Queijo Minas Artesanal e cinco para os demais.  

Ricardo Boscaro, analista da Unidade de Agronegócio do Sebrae Minas, considera essa oficialização fundamental para o crescimento da atividade, principalmente por atestar a qualidade do produto e por possibilitar uma melhor remuneração para os produtores. “É essencial para ampliação de mercado. Antes tínhamos só um tipo de queijo, o QMA e sete regiões produtoras oficiais. O reconhecimento de outras regiões é uma sinalização de que em breve podemos ter novos tipos de queijo atestados com seus regulamentos”, afirma Boscaro. Afinal, acrescenta o analista, a tradição mineira no setor vai muito além do QMA.

Com a caracterização e conseguindo a habilitação sanitária, o produtor poderá comercializar seu queijo em todo o território nacional com o Selo Arte. Minas Gerais é o Estado que possui o maior número de queijarias com este selo, segundo o IMA.

De acordo com a Emater, responsável por apoiar o produtor e fazer estudos técnicos para a análise do IMA, o modo de fazer do QMA resistiu ao tempo e à pressão da indústria, muito em função do isolamento das propriedades produtoras, distribuídas pelas colinas e pelos vales do Estado. Isso contribuiu para que se preservassem produtos com características próprias e de imenso valor cultural e econômico.  

Porém, embora conhecidos e procurados pelos consumidores, estes queijos tradicionais nem sempre apresentavam garantia de segurança alimentar. Pouco maturados e fabricados a partir de leite cru, não atendiam à legislação vigente, e sua comercialização se fazia, em geral, clandestina, com produtos não inspecionados e sem controle de qualidade.  

Dessa forma, para a continuidade dessa atividade e da manutenção desse modo de vida tradicional, que garantem a permanência de grande número de produtores em suas propriedades, eram necessárias ações que envolviam toda a cadeia produtiva. Após a edição da Lei Estadual 14.185/02, que criou normas e deu identidade ao queijo artesanal, a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais e a EMATER-MG lançaram o "Programa de Apoio aos Queijos Tradicionais de Fabricação Artesanal", que, além de buscar a melhoria da qualidade e da produtividade de todas as queijarias das regiões tradicionalmente produtoras, visa aproveitar e valorizar, de forma objetiva, o imenso potencial de mercado do queijo mineiro.  

Serviço: 

Imagem do Festival na edição de 2019 

EVENTO: 4ª edição do Festival do Queijo Artesanal de Minas   

LOCAL: Parque de Exposições da Gameleira (Av. Amazonas, 6020 - Gameleira, Belo Horizonte)   

DATA:   23/09 - 18h às 22h   

24/09 - 11h às 22h   

25/09 - 10h às 18h   

Mais informações e vendas de ingressos: www.festivalqam.com.br