Depois de seis anos trabalhando como pedreiro em uma Fazenda em Carmo de Minas, Paulo Giovani da Silva resolveu sair e dar outro rumo à sua trajetória. Ele nem imaginava, mas ali começava uma grande mudança em sua vida. “Meu amigo é proprietário de uma fazenda e me chamou para apanhar o café com ele de ‘ameia’. Fiquei alguns anos trabalhando com a Fazenda arrendada e, em 2015, comprei alguns hectares e comecei a trabalhar nas minhas terras manualmente, pois não tinha dinheiro para pagar o trator para fazer o trabalho”, conta.
Paulo persistiu, de dificuldade em dificuldade: “em 2017, quando consegui um dinheiro, plantei 5.000 pés de café e em 2018, mais 5.000 pés, mas não tinha dinheiro nem para pagar as pessoas que me ajudaram a plantar o café, por isso vendi o único animal que eu tinha, uma égua, que me ajudou a pagar as pessoas. No ano de 2020, fiz a minha primeira colheita que teve cinco sacos de café limpos. Este café eu vendi e comprei o adubo”.
Superando a resistência à mudança
Feita a primeira colheita, Giovani, que conta com o apoio da esposa Cibele Roberta de Andrade Silva na lida da propriedade, percebeu que não havia tido muita produtividade. Já tinha ouvido falar do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) Café+Forte, do Sistema FAEMG, mas temia que as orientações técnicas pudessem significar gastos desnecessários. No primeiro ano do programa, o produtor teve resistência em adotar as novas práticas de manejo, como a aplicação de calcário e o uso de produtos para controle de ferrugem, porém, resolveu empreender e arriscar.
De acordo com Paulo Giovani, o técnico de campo, o agrônomo Leonardo Oliveira, começou a instrui-lo e o café começou a ter uma boa melhora. “No ano de 2021, o café teve uma produção bem maior que a do ano anterior. Graças ao meu bom Deus e ao ATeG, eu tive 38 sacos limpos e 85% de bebida boa”, relembrou.
Colher resultados
A grande transformação, no entanto, ocorreu em 2022 e, o que pareciam apenas pequenas alterações de manejo, automaticamente se transformaram em resultado. A produção de Paulo saltou de 38 sacos, na safra 2020/21, para 104 sacos, na safra 2021/22: 2,7 vezes mais produção. “Minha produção deu quase o triplo do ano anterior (104 sacos). Agradeço primeiramente a Deus, por ter colocado a ATeG no meu caminho, e à minha esposa, que sempre esteve comigo nesta trajetória”, comemora.
Segundo o técnico Leonardo Oliveira, o caso de Paulo Giovani e família é um sucesso, pois, com apenas dois anos de Programa ATeG, o produtor pode descobrir a importância da Assistência Técnica e Gerencial e entender o motivo de realizar o manejo e os tratos culturais do cafezal no momento adequado. “Hoje o produtor tem o entendimento dos custos de produção dentro da própria fazenda, do valor para produzir uma saca de café. Isto possibilita que ele possa planejar com mais segurança os custos em adubação, controle de pragas e doenças, e outros tratos para a safra posterior. Além disso, este entendimento gerencial permite planejar os investimentos em benfeitorias e equipamentos, como terreiro e secador, para que ele possa reduzir custos no pós-colheita, aumentar a qualidade do produto final e por fim, aumentar a lucratividade do empreendimento.” Este é só o começo de uma história de sucesso.