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Brasil livre de febre aftosa sem vacinação

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ESCRITO POR FERNANDA TEIXEIRA, DE BELO HORIZONTE
29/05/2025 . SISTEMA FAEMG, SINDICATOS, SENAR, FAEMG

O Brasil recebeu, nesta quinta-feira (29/5), durante a 92ª Sessão Geral da Assembleia Mundial da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), em Paris, o certificado de país livre de febre aftosa sem vacinação. O reconhecimento histórico encerra mais de seis décadas de campanhas de imunização e reforça o compromisso do país — e de Minas Gerais — com a sanidade animal e a qualidade dos alimentos produzidos.

Segundo o presidente do Sistema Faemg Senar, Antônio de Salvo, o novo status sanitário representa uma transformação para a pecuária brasileira. “É uma conquista extraordinária para o setor produtivo e para todo o país. Foram mais de 65 anos de trabalho intenso, com vacinação, controle rigoroso e investimentos constantes em defesa sanitária. A febre aftosa, embora não ofereça risco à saúde humana, sempre foi uma barreira sanitária que impactava não apenas a pecuária, mas toda a credibilidade dos produtos agropecuários brasileiros no mercado internacional”, destaca.

Para ele, o reconhecimento é fruto de um esforço conjunto. "Parabenizo o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), o Ministério da Agricultura, que trabalharam muito bem, e os produtores rurais, que aportaram, via Guia de Trânsito Animal (GTA), o recurso necessário para que sistema de defesa sanitária pudesse funcionar bem. O certificado certamente vai valorizar ainda mais a nossa carne bovina, que é a mais saudável, verde e sustentável do mundo”, completa o presidente.

Marco na pecuária nacional abre portas para novos mercados e fortalece a imagem sanitária do país

Minas Gerais

Segundo o gerente de Relações Institucionais e Governamentais do Sistema Faemg Senar, Altino Rodrigues, a instituição teve papel fundamental no processo de evolução do controle da febre aftosa no Brasil. “Minas Gerais, em especial, era um estado extremamente desafiador, porque tínhamos dois circuitos pecuários distintos: o circuito centro-oeste e o circuito leste. Isso nos obrigou, naquela época, a dividir o estado, implantando cerca de 40 barreiras sanitárias que impediam o trânsito de animais de uma região para outra”, explica.

“Todo o gado que vinha do Norte de Minas, da Bahia, de Sergipe e de outros estados do circuito leste não podia transitar para o centro-oeste, que abrangia regiões como o Triângulo Mineiro, Mato Grosso e São Paulo. Foi uma decisão difícil, que gerou muita resistência e preocupação de alguns produtores. Mas era uma medida necessária. A Federação da Agricultura, com sua liderança, teve um papel crucial, mostrando que aquele esforço era fundamental para o avanço sanitário de Minas e do Brasil”, acrescenta o gerente,  que representa o Sistema Faemg Senar no fórum mundial. 

O reconhecimento é fruto do trabalho do serviço público, dos órgãos de defesa sanitária e da atuação firme da Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais. Mais do que um marco sanitário, o reconhecimento abre portas para mercados internacionais altamente exigentes, como Japão e Coreia do Sul, que só compram de países livres de febre aftosa sem vacinação, e traz benefícios diretos aos produtores, como a redução dos custos com vacinação, manejo do rebanho, fortalecimento da imagem sanitária do Brasil e valorização da carne bovina, suína e de outros produtos pecuários no comércio mundial.

Erradicação da doença

O Brasil conseguiu erradicar a febre aftosa de forma eficiente e sem a necessidade de sacrifício de animais, como ocorreu em outros países. O processo foi construído de maneira gradual, com a evolução da vacina — que passou da formulação aquosa, com proteção de quatro meses, para a oleosa, que garantia seis meses de imunidade. Isso permitiu reduzir as doses anuais e, na fase final, vacinar apenas animais jovens, já que os adultos estavam devidamente protegidos. Em Minas Gerais, o desafio foi ainda maior devido ao grande número de produtores, à intensa movimentação de animais e à necessidade de articulação com lideranças locais.