De um lado os mercados nacional e internacional sedentos por produtos como carne de cordeiro, entre outros insumos gerados pela criação desses animais. Do outro lado, produtores rurais espalhados pelo estado e que precisam investir em gestão e capacitação técnica para produzir mais e melhor. Esses foram os assuntos tratados na reunião promovida pela Comissão Técnica (CT) de OvinoCaprinocultura do Sistema FAEMG, nesta quarta-feira (13), em Belo Horizonte.
“Precisamos de mil cordeiros por mês e não temos esses animais. O que falta na rede, principalmente, é profissionalismo. A pessoa cria ovinos como um bichinho que solta lá no pasto para comer de vez em quando ou dá de presente. Precisa ser mais profissionalizado. As pessoas pensarem no manejo tanto nutricional como também sanitário. E ter produção em escala. Orientação para isso tem demais: o próprio SENAR tem os cursos e, nós que somos produtores antigos, também podemos orientar”, avalia Rogério Fernandes, membro da Comissão e presidente-executivo da Associação dos Criadores de Caprinos e Ovinos do Estado de Minas/Caprileite.
Questões que, segundo o presidente da CT, Roberto Gomes Aquino, têm sido avaliados. “Um dos pontos que nós trabalhamos na Comissão foi fomentar a criação de consórcios entre os municípios para que o pequeno e grande produtor possam comercializar melhor os seus produtos, tanto a carne quanto o leite. Também debatemos a qualidade das carcaças, quais animais são mais receptíveis aos frigoríficos, já que hoje o mercado tem demanda pra isso e, dessa forma, levarmos essas informações aos produtores da região”.
Aquino também chamou a atenção para a importância do levantamento de dados sobre quantidade de caprinos no estado que o Sistema FAEMG fez junto ao Instituto Mineiro Agropecuário (IMA). “Por meio dessas informações fica fácil tomar ações, saber as regiões que têm uma quantidade maior de animais, regiões próximas e, incentivar assim, ações como a construção de um entreposto ou a certificação de um determinado frigorífico”, comenta.
O vice-presidente do Sistema FAEMG, Ebinho Bernardes, pontua que o Sistema quer informar aos produtores de ovelhas, cabras e cordeiros sobre essa demanda. “Ao fazer uma comparação entre bovinos e ovinocaprinos, nós temos um valor agregado muito maior, cerca de 40% a 50% a mais de ganho para quem comercializa esse animal. Por isso, o objetivo é informar esses produtores para que eles possam se qualificar para atender um outro nicho de mercado, um outro estado, e estejam unidos nesse propósito que já existe dentro da nossa Comissão”, finaliza.
Fique por dentro:
O Sistema FAEMG oferece, gratuitamente, o programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) Ovinocaprinocultura de Leite e cursos para área. Entre eles, o de Trabalhador da Ovinocultura/Manejo, Cuidados Sanitários e Reprodução. Procure o Sindicato de Produtores Rurais da sua cidade e se informe.
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