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Medidas do CMN podem atenuar situação da pecuária de leite

NA IMPRENSA
ESCRITO POR DIÁRIO DO COMÉRCIO
02/03/2021 . SISTEMA FAEMG, SINDICATOS, FAEMG
Com custos produtivos crescentes e
preço do leite em queda, medidas
vêm para dar fôlego ao setor -
Crédito: Alisson J. Silva/Arquivo DC

As medidas de apoio à pecuária de leite anunciadas na última semana pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) foram classificadas como positivas e importantes para ajudar os produtores a enfrentarem mais um período de crise.

Com os custos de produção elevados, principalmente devido ao encarecimento dos componentes da ração, e os preços em queda, a situação da pecuária leiteira é crítica e as medidas vêm para dar um fôlego ao produtor.
 
De acordo com o presidente da Comissão Técnica de Pecuária de Leite do Sistema da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Sistema FAEMG), Eduardo Pena, o anúncio de medidas de auxílio à produção de leite é positivo e vem depois de o setor solicitar, em fevereiro, ajuda junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
 
“Todas as medidas anunciadas para o setor são benéficas e ajudarão os produtores a enfrentarem a crise. As nossas solicitações foram, em parte, atendidas. Mesmo não tendo todos os pedidos conquistados, esse diálogo aberto com a ministra Tereza Cristina é muito importante, assim como a disponibilidade para encontrar soluções”, explicou.
 
Dentre as medidas que foram anunciadas pelo CMN está a permissão para a contratação, até 30 de junho deste ano, com recursos obrigatórios, de Financiamento para Garantia de Preços ao Produtor (FGPP) para beneficiamento ou industrialização de leite.
 
O FGPP tem como beneficiários as indústrias e as cooperativas que utilizam o recurso para estocagem ou beneficiamento de produtos lácteos, ajudando a absorver o excedente de mercado. O limite de crédito é de até R$ 65 milhões, com taxa de juros de 6% ao ano e prazo de reembolso de até 240 dias.
 
“Está medida beneficia diretamente a indústria, mas também é importante para o produtor de leite. Esperamos que a indústria que se beneficie, de alguma forma, auxilie também o produtor rural”, disse Pena.
 
Outra importante medida foi a ampliação de um para dois anos do prazo de reembolso para contratação de crédito de custeio pecuário para retenção de matrizes bovinas de leite.
 
Com o preço do leite em queda, o custo em alta, o maior endividamento e os preços da arroba valorizados, muitos produtores estavam abatendo matrizes para se capitalizarem. Com o aumento do prazo, a expectativa é de que o pecuarista consiga manter os animais no campo.
 
“Com esse novo prazo, o pecuarista pode reter as matrizes no campo e enfrentar esse momento de crise. Desta forma, ele preserva a genética do rebanho e, quando o mercado reagir, terá condições de continuar produzindo”, explicou.
 
Agricultura familiar
Para os produtores da agricultura familiar, o CMN autorizou o financiamento de operações de investimento, na fonte Recursos Obrigatórios, no âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), o que pode resultar em até R$ 1,5 bilhão em recursos novos para essa finalidade. Também foi ampliado o prazo de crédito de curto prazo às agroindústrias familiares de um para dois anos em operações do Pronaf.
 
“Essa medida é fundamental por levar crédito ao produtor de menor escala. Com os recursos de R$ 1,5 bilhão, os produtores terão um novo fôlego. A inclusão de medidas para o produtor de menor escala é muito importante por eles serem a grande maioria. Em Minas Gerais, temos cerca de 225 mil produtores e 80% são de menor escala, somando em torno de 150 mil produtores”.
 
Importação de leite em pó preocupa
Um dos problemas mais graves enfrentados pelo setor produtivo do leite é a importação de leite em pó dos países do Mercosul, o que ficou fora das medidas anunciadas. De acordo com o presidente da Comissão Técnica de Pecuária de Leite do Sistema da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Sistema Faemg), Eduardo Pena, é preciso que algo seja feito.
 
“A importação de leite é muito grave. Não queremos fechar o mercado para esse produto, até porque pretendemos exportar também, mas é preciso, pelo menos, maior transparência em relação às operações. Na Argentina, por exemplo, é possível acessar os dados de importação e ter uma previsão da movimentação, o que não acontece no Brasil. Essa previsibilidade é muito importante para que o setor possa se planejar e evitar crises”, explicou.
 
Além da importação do leite, o que amplia a oferta no mercado interno e contribui para a desvalorização da produção local, os custos de produção continuam em alta. O aumento das exportações de soja e milho, principais componentes da ração, fez com que os preços disparassem, prejudicando a rentabilidade do setor leiteiro.