A tradição mineira em produzir excelentes queijos e ser pioneira nos diversos quitutes da culinária nacional ganhou mais um capítulo nos últimos dias. Em Porteirinha, no Norte de Minas, a Queijaria Dona Saúde produziu os primeiros queijos “gigantes” da região: um tipo Minas tradicional de 30 quilos e um queijo trança, de mais de 4 metros e aproximadamente 15 quilos. Tudo isso feito ao vivo, na praça central da cidade.
A iniciativa, que fez parte da programação da primeira Festa do Queijo da cidade, repercutiu nas redes sociais e foi motivo de orgulho dos produtores envolvidos. A proposta foi mostrar aos moradores a qualidade produtiva regional e despertar em todos o sentimento de valorização. O território produtivo congrega mais de 150 queijarias e outras 25 pequenas indústrias artesanais dedicas ao requeijão em barra, movimentando anualmente cerca de R$ 70 milhões na economia local, segundo a Associação dos Pequenos Produtores de Queijo Artesanal da Serra Geral (Aproqueijo).
“Essa ideia surgiu em conjunto, em uma reunião que a gente teve com a prefeitura para discutir sobre a festa. Tivemos a ideia de fazer uma apresentação para o pessoal poder conhecer mais a realidade de uma produção de queijo. Muitos comem e não sabem como é feito”, explicou Lucas Silva Carvalho, um dos administradores da queijaria.
Para a produção dos dois queijos foram utilizados mais de 450 litros de leite. Também foi produzido um requeijão moreno em barra, de 50 quilos, da produtora rural Maria Aparecida (Cida do Requeijão). Os três produtos foram distribuídos aos moradores da cidade, de forma gratuita.
Queijaria nota 10
Uma das pioneiras na produção de queijos no Norte de Minas, a Queijaria Dona Saúde tem mais de 40 anos de tradição, sendo referência na qualidade produtiva e na defesa do modo de produção local, o Queijo da Serra Geral. A produção é conduzida por Maria da Saúde Oliveira e seu neto, Lucas Silva Carvalho. A dupla coleciona prêmios nacionais e internacionais, em concursos envolvendo produtores de várias regiões do país.
Desde 2011 os produtores recebem capacitações do Sistema Faemg Senar e, nos últimos anos, integraram grupos do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) Balde Cheio e da Agroindústria, quando conseguiram otimizar processos produtivos, gerar mais qualidade e segurança alimentar, além de organizar o gerenciamento do negócio. Em 2023, a queijaria foi avaliada com nota 95 na 1ª avaliação técnica de queijos de produtores do ATeG Agroindústria.
“Sempre falo que nunca a gente sabe tudo, precisamos buscar novos conhecimentos. As capacitações ajudaram muito. Para além do conhecimento na profissão, fiz muitas amizades, conheci pessoas que estão ao meu lado e me ajudam”, lembrou Maria da Saúde.
A produção, com leite de rebanho próprio, totaliza mais de 30 quilos de queijos por mês. Da queijaria saem queijos tipo palito, trança, nozinho e temperado.
