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Conacarne abre debates sobre consumo de carne bovina

CONACARNE
ESCRITO POR NATHÁLIA FERREIRA DE BELO HORIZONTE
18/09/2025 . SISTEMA FAEMG, SINDICATOS, SENAR, FAEMG

 

O Congresso Nacional da Carne (Conacarne 2025) abriu sua programação, nesta quinta-feira (18/09), com um debate sobre as tendências do consumo de carne bovina no mundo. Representantes de quatro continentes apresentaram um panorama sobre os principais desafios e oportunidades do setor, em um momento em que qualidade, segurança alimentar e sustentabilidade se consolidam como exigências globais.

O primeira painel “Tendências para o consumo de carne bovina no mundo” contou com a participação de Riyadh Jabbar, diretor da Al Tayeb Meat, trading voltada à carne bovina do LuLu Group (Emirados Árabes unidos), Álvaro Pereira Ramela, gerente de Acesso a Mercados do Instituto Nacional da Carne do Uruguai (INAC), Oskar Hjertsäll, diretor global de compras da Norvida, empresa sueca especializada na comercialização de carnes e proteínas e Kelly Wang que é Diretora de Negócios Internacionais da OIG, com mais de 10 anos de experiência no setor de importação e exportação de carnes.

Em sua fala, Riyadh Jabbar ressaltou a tendência de consumo da carne bovina. Os Emirados Árabes, buscam cada vez mais animais criados em pastos e a preferência sobre a carne premium tem aumentado consideravelmente. Sobre tendências globais, Riyadh falou sobre cinco pontos principais:

1. Premiumização: Migração do consumo de produtos congelados para opções resfriadas, premium e de marca. Sendo a carne brasileira com grande reputação positiva mundialmente.

2. Saúde e Bem-estar: Crescente interesse por carnes magras, de gado alimentado a pasto e livres de antibióticos. Produtos com “rótulo limpo” (clean label) são associados a escolhas de vida mais saudáveis.

3. Conveniência: A população jovem e trabalhadora prefere opções práticas e prontas para cozinhar, como bifes porcionados, hambúrgueres moldados e kits de refeições.

4. Diversidade Cultural: A presença de mais de 200 nacionalidades no mercado cria padrões variados de demanda para diferentes tipos de produtos.

5. Expansão do Food Service: O turismo, os megaeventos e as mudanças no estilo de vida impulsionam a demanda em restaurantes e serviços de alimentação.

O representante do Uruguai, Álvaro Ramela, trouxe a experiência do país na implementação da rastreabilidade total do rebanho, considerada referência internacional em transparência e confiabilidade. Atualmente 10% do PIB depende da pecuária diretamente ou indiretamente, sendo exportado 80% do que se produz internamente. Como grande exportador, Álvaro ressalta que o Uruguai não pode depender apenas do mercado interno, por isso é de grande importância atender exigências de mercados premium, mas também para construir reputação sólida junto aos consumidores destacando principalmente a importância da rastreabilidade e confiança do consumidor quando se sabe a origem da carne que está sendo consumida.

Do lado europeu, Oskar Hjertsäll destacou as demandas cada vez mais rigorosas da União Europeia em relação à sustentabilidade, redução de emissões e bem-estar animal. Ele apontou que, além de preços competitivos, o consumidor europeu busca produtos com diferenciais claros, como origem controlada, certificações ambientais e até cortes premium e orgânicos. Ele destaca “muitos países europeus gostam de saber a origem da carne, como é criada, a logística de transporte, o abate e entender no que está sendo investido e qual preço está se pagando”.

Finalizando o painel, a executiva Kelly Wang apresentou a trajetória e a atuação da OIG, destacada como uma das principais empresas do setor de importação de alimentos congelados. Em sua fala, ressaltou como a companhia se consolidou como referência global nesse mercado, investindo em qualidade, diversidade de portfólio e na capacidade de atender às diferentes demandas de consumidores em várias partes do mundo. Wang também abordou o papel estratégico da OIG em conectar fornecedores e clientes, reforçando tendências de consumo que privilegiam conveniência, segurança alimentar e confiabilidade das marcas.

O painel convergiu em torno de três pontos centrais: qualidade, segurança e sustentabilidade. Para os especialistas, esses pilares definem o futuro da carne bovina no cenário internacional. O debate também reforçou o papel do Brasil, maior exportador mundial, na adaptação a esses novos padrões. Segundo os painelistas, a capacidade do país de alinhar sua produção às expectativas globais será determinante para manter competitividade e ampliar sua presença nos mercados mais exigentes.