Veja informações sobre os financiamentos destinados aos produtores rurais, cooperativas ou associações para fomentar a produção e comercialização de produtos agropecuários.
LIDERANÇA FEMININA ESCRITO POR ASCOM 08/03/2024 . SISTEMA FAEMG, SINDICATOS, SENAR, INAES, FAEMG
Você já deve ter escutado por aí que lugar de mulher é onde ela quiser. E o ditado popular já é uma realidade também na agropecuária, com cada vez mais lideranças femininas à frente dos Sindicatos de Produtores Rurais. Em Minas, são 17 mulheres ocupando a presidência dessas entidades que representam o homem e da mulher do campo.
A presença do público feminino, inclusive, é incentivada pelo Sistema Faemg Senar, por meio da Gerência da Mulher, do Jovem e de Inovação. Em 2023, o setor realizou 32 encontros, reunindo 4.734 mulheres. “Os encontros são realizados em parceria com os Sindicatos dos Produtores Rurais, para as mulheres do agro, com o objetivo de apresentar o Programa Faemg Mulher, aproximá-las do SPR de seus municípios, iniciar a organização de comissões locais e identificar lideranças regionais de produtoras e filhas de produtores rurais”, destacou a gerente Silvana Novais.
Atualmente, os sindicatos de Açucena, Alfenas, Andradas, Barão do Monte Alto, Campo Belo, Capinópolis, Córrego Danta, Ibertioga, Lagoa Grande, Lambari, Minduri, Novo Cruzeiro, Passa Tempo, Rio Preto, Santa Bárbara, Santa Juliana e Santa Maria de Itabira são presididos por mulheres. Leia, a seguir, quais são os desafios e conquistas delas.
Carmelita Andrade (SPR Açucena) “Sou presidente há mais de 15 anos e durante todo esse tempo vivemos momentos de sucesso e insucesso. Sempre tive o apoio e a confiança dos diretores e produtores rurais. Infelizmente, com a queda da contribuição sindical obrigatória, tudo se tornou muito difícil porque o nosso povo não tem a consciência e a sensibilidade para entender a importância de um sindicato forte. Nesse sentido, de lá pra cá, só contamos com o Senar que nos dá todo o suporte com cursos e programas como o ATeG. O que nos move é o amor pelo trabalho e a certeza de que com fé e esperança os frutos virão!”
Caroline Livorato (SPR Santa Juliana) “Estou bastante animada e tentando entender o que o produtor busca para trazer novidades que melhorem a relação com o sindicato. Para mim, o maior desafio e tentar conciliar a agenda de produtora com as obrigações do sindicato. O sindicato de Santa Juliana conseguiu entrar em um cenário de lucros na última gestão e quero que isso continue acontecendo para que possamos, cada dia mais, trazer benefícios aos produtores. É um cenário diferente do que nós mulheres estamos acostumadas a participar, mas fico muito feliz em poder abrir portas para que outras mulheres se interessem cada vez mais a participar de cargos que envolvam o meio rural. Que possamos caminhar juntos e conquistar cada dia mais espaço nesse meio!”
Denise Garcia (SPR Campo Belo) “Estou há mais de vinte anos como presidente do Sindicato de Campo Belo. Fui a primeira mulher a ser presidente de um sindicato de produtores rurais em Minas Gerais e, também, a primeira mulher na Diretoria da Faemg. Considero que isso foi um grande avanço para as mulheres, tanto que depois disso, vieram várias outras nestes cargos. No Sindicato de Campo Belo fui muito bem aceita pelos nossos associados desde o primeiro momento, pois eles, na maioria homens, sentiram confiança em meu trabalho. Creio que as mulheres ao assumirem cargos de chefia conseguem passar confiança, tenacidade e perseverança, pois são obstinadas na busca de seus objetivos. Continuo na busca de melhores condições de trabalho com renda, aprimoramento e gestão para nossos produtores rurais, trazendo conhecimento por meio do Sistema Faemg Senar, com cursos de qualificação e aperfeiçoamento para os produtores, seus familiares e colaboradores.”
Eliane Filardi (SPR Ibertioga) “Estar à frente do Sindicato dos Produtores Rurais de Ibertioga é uma tarefa difícil! Trabalhamos com muitas diferenças e uma situação financeira precária, mas acredito na união e na representatividade. Para mim, o maior desafio é conseguir a união e diminuir a inadimplência para continuar mantendo o sindicato. Como mulher o que mais chama minha atenção é quando estimulamos a participação de outras mulheres na vida do campo para conquistar o que merecerem no agronegócio.”
Elvira Terra (SPR Alfenas) “O cenário é encantador e desafiador! Estar à frente da presidência de um sindicato rural é, para nós mulheres, uma conquista pessoal e profissional entre tantos desafios superados. A arte de ser mulher e gerir uma instituição tão forte e pujante frente ao agronegócio é, para mim, uma honra. Poder fazer parte dessa história, em meio ao mundo em que nos deparamos, com muitos homens que nos respeitam e nos apoiam fortalece a caminhada porque sabemos que estamos deixando um legado para as futuras gerações.”
Gilvânia Veiga (SPR Córrego Danta) “Eu gosto de cuidar dos interesses dos produtores rurais. Estou no final do meu mandato, mas é um desafiador desenvolver projetos e auxiliar nas lacunas que precisam ser preenchidas. Sou produtora de café, gado leiteiro e corte e são muitos os desafios. Sendo assim, procuro para nossa classe rural, resultados positivos e inovadores!”
Gláucia Mello (SPR de Rio Preto) “Estar à frente de um sindicato é um desafio constante. Apesar disso, gosto do que faço e estou sempre disposta a resolver todas as dificuldades que vão aparecendo. Apesar de hoje muitas mulheres ocuparem cargos importantes, ainda existe muita discriminação. E, no meio rural, não é diferente, pois a maioria dos produtores rurais são homens. Outro grande desafio é manter um sindicato, com poucos recursos, e cumprir com todas as despesas. Tivemos algumas conquistas como o aumento de associados; conseguimos um carro por meio de uma parceria com o IMA; estamos com um curso do ATeG Balde Cheio, ATeG Bovinocultura de Corte e estamos organizando mais um ATeG Balde Cheio; uma parceria com o comércio local; parceria com engenheiros florestais e estamos iniciando uma parceria com o Banco Sicoob.”
Hercília Faria (SPR Santa Bárbara) “Muito desafiador, trabalhoso e gratificante! Ingressei como secretária na diretoria executiva e, após o falecimento do então presidente, me candidatei e aqui estou até hoje. Já são quatro mandatos e, nesta última eleição, queria muito passar a gestão para os mais jovens, mas ainda fiquei, pois acredito que minha missão na entidade ainda não terminou. Trabalho incansavelmente para conseguir benefícios e informações na defesa dos produtores rurais. Estar à frente de uma entidade que, antes, era formada apenas por homens, talvez tenha sido o maior desafio. Porém, com trabalho, dedicação e rompendo barreiras, as mentes foram se abrindo e conseguimos, homens e mulheres, sermos grandes aliados. Conquistamos a confiança dos homens; fizemos o retorno da realização dos cursos do Senar; a valorização do homem do campo, o respeito deste perante as demais entidades e órgãos públicos no nosso município e região e a participação nos conselhos, comitês e eventos são conquistas que destaco. Com a experiência adquirida ao longo destes anos, estou mais convencida de que a participação das mulheres vem crescendo, junto com vontade de se informar, capacitar e assumir cargos de representatividade no meio rural.”
Katia Seabra (SPR Novo Cruzeiro) “É um desafio, dia após dia, ser mulher e estar à frente do sindicato mobilizando produtores rurais para um bem comum e de associativismo. As principais conquistas foram graças às parcerias com o Sistema Faemg Senar, prefeitura e comunidades, já que unimos essas entidades para trabalhar em prol dos produtores da nossa região, carentes de tecnologia.
Venho de família de produtores rurais e há 20 anos aceitei o trabalho de mobilizadora até chegar, atualmente, à presidência do sindicato com muita destreza e dedicação. Chamou minha atenção a forma de unir os produtores rurais para o bem comum e, por isso queria ser presidente. Consegui o cargo graças às parcerias com os produtores.”
Márcia Carlin (SPR Andradas) “Sou da quarta geração de uma família italiana e, atualmente, sou produtora de café tendo a minha própria marca. Sou presidente do sindicato rural patronal, de forma voluntária, e minha intenção é melhorar os cafés de Andradas. Antes só tínhamos café bebida dura, hoje temos cafés especiais. Fizemos uma revolução na cidade! As pessoas passaram a reconhecer o café de boa qualidade, e assim, estamos crescendo. Fico feliz em saber que o produtor está sendo reconhecido e conseguindo agregar um preço justo ao seu produto. Como mulher quero empoderar as cafeicultoras! Tenho um grupo de mulheres e, nesse ano, lancei a Rainha e a Princesa do Café. Em 2022, recebi um presente de Natal: fui diagnosticada com uma doença que é um braço da ELA que afetou a minha fala não tem cura, mas graças a Deus. ela estabilizou. Faço um tratamento só com vitaminas, uma delas vem da Suíça. Hoje alimento por sonda gástrica, mas estou feliz! Tenho dois filhos e uma neta e já estou fazendo a sucessão familiar. Nosso “Essência de Mulher – Cafés Especiais”, produzido exclusivamente por cafeicultoras, faz parte do projeto “Mapa do Sabores”, publicado em seis países. Em 2019, tínhamos apenas uma marca. Hoje temos muitas marcas com cafés acima de 82 pontos.”
Maria Aparecida Ferreira (SPR Minduri) “Estar à frente de um sindicato é desafiador, pois a questão financeira e a falta de verba nos limitam no apoio aos produtores. Outro desafio é a falta de políticas públicas direcionadas aos produtores, um descaso com o homem do campo. Nossa luta a favor do produtor de leite parece em vão. Porém, por meio do Sistema Faemg Senar, conseguimos trazer os produtores para o sindicato graças a programas, aos técnicos do Sistema que possuem alto nível de conhecimento, prestando assessoria para os produtores de gado, corte e soja por meio do ATeG Balde Cheio e o Soja Plus. Não posso deixar de agradecer o apoio constante do Sistema, sua presença nos traz segurança em presidir um sindicato. Sobre ser mulher, o que mais me chama atenção nesse é trabalho é que em todos os espaços do agro a presença da mulher é muito restrita. Ainda assim, nossa resiliência, entusiasmo e protagonismo fazem parte do nosso perfil de gestão.”
Maria do Rosário (Zaia) (SPR Santa Maria de Itabira) “Ser presidente de sindicato traz muita responsabilidade! Já estou no meu segundo mandato e já passamos por diversos desafios, mas o principal deles é fazer com que os produtores rurais entendam a importância de se manter associado à entidade. Desde que estou à frente do sindicato, dobramos o número de associados, montamos dois grupos de ATeG (Leite e Corte), promovemos uma série de cursos e firmamos convênio com o IMA, INSS, entre outros.”
Renata Borges (SPR Lagoa Grande) “Estar à frente de um sindicato de produtores é uma responsabilidade muito grande, mas, ao mesmo tempo, me deixa muito feliz em poder representar uma classe que contribui tanto com o nosso país e com o mundo. Nossos principais desafios são: trazer os jovens para dentro do sindicato, mostrando a importância da sucessão familiar na zona rural e na própria entidade e conseguir uma fonte de contribuição constante. Uma grande conquista para nossa classe é a união dos produtores buscando, politicamente, resolver as principais questões que afetam o setor, como por exemplo, nos últimos meses a causa dos produtores de leite. A mulher tem mais sensibilidade e, por isso, criamos um ambiente de trabalho mais acolhedor. Dessa forma, valorizamos os que fazem parte e potencializamos os que estão ao nosso redor. O agronegócio é responsável pelos maiores números de serviços no mundo, gerando muitos empregos e potencializando a economia. Somos os maiores cuidadores do meio ambiente e produzimos cada vez mais com sustentabilidade. Respeitamos os recursos naturais, usamos tecnologias e alimentamos cada vez mais o mundo.”
Tatiana Barra (SPR Capinópolis) “Meu marido foi presidente do Sindicato e trabalhei ao lado dele como secretária executiva durante 3 anos, mas a minha história na entidade já tem 15 anos. Fui eleita presidente agora em janeiro com 70% dos votos e minha meta é fortalecer a cadeia do leite e seus derivados. Nós também temos parcerias com o Sistema Faemg Senar por meio de cursos e ATeG. Acredito que um dos desafios como mulher à frente de uma entidade é mostrar como nós conseguimos ser competentes, administrarmos, muitas vezes, diante da insegurança por parte dos homens. Mostrar nossa capacidade trabalhando de sol a sol, porteira adentro e porteira afora.”
Tatiane Cruz (SPR Lambari) “Estar à frente do sindicato é um grande prazer e muita responsabilidade. Os desafios são grandes! Um lugar que, tradicionalmente, era ocupado por homens, agora está mudando aos poucos. Percebo que tem crescido o envolvimento das mulheres nesse meio. Quando fui presidente pela primeira vez, não havia nem cinco presidentes mulheres. Hoje, no meu terceiro mandato, já aumentou, mas não tanto quanto deveria. Ainda assim, considero que já é um bom avanço. Umas das maiores conquistas é ganhar a confiança, amizade e respeito de cada associado. O que mais chama a minha atenção são as mulheres que se destacam em algum cargo ou serviço específico do agro. É uma inspiração e motivação para outras mulheres saber, que sim, podemos ocupar qualquer lugar que quisermos e fazermos tudo com mais empatia e dedicação que o homem!”
Rosivane de Andrade (SPR Passa Tempo) “É um trabalho desafiador, árduo e incessante, mas, ao mesmo tempo, gratificante, pois tenho tido a oportunidade de estar com o produtor rural, orientá-lo em suas demandas, além de participar de vários eventos, ações e estudos que visam encontrar soluções e alternativas para impulsionar a qualidade de vida do produtor e uma maior produção agropecuária. Meu maior desafio é o número pequeno de associados e nossas maiores conquistas foram a reforma do parque de exposições Ilza de Oliveira Andrade. No local realizamos eventos como as Copas de Marcha, Poeirões, Cavalgadas de Batom e o nosso maior evento nacional, o Cavalo Piquira. Atualmente, o sindicato está equipado com mobiliário e espaço adequados. A cada dia buscamos conquistar a confiança dos associados, colaboradores e a população em geral. Como mulher, o que mais chama minha atenção nesse trabalho é a pouca presença feminina à frente das entidades e associações do agro. Realidade que eu acredito esteja mudando a cada dia devido à determinação, persistência e dedicação.”