Quem usa as redes sociais com certeza já se deparou com uma foto ou vídeo do doce que virou o queridinho do momento: o morango do amor. Inspirado na tradicional maçã do amor, a iguaria feita com morango leva, além da calda vermelha caramelizada, um generoso recheio de brigadeiro branco. Confeiteiros profissionais e amadores adoraram a ideia e o doce já está entre os mais pedidos pelos clientes. Quem comemora a novidade são os produtores de morango.
Julimeire Santos é agricultora em Santos Dumont, na Zona da Mata, e diz que a procura pela fruta graúda aumentou muito. Ela vende a caixa com 12 unidades na feira da cidade. Só em um dia, foram 22 cartelas e o que antes saía por R$10 agora chega a R$15. Tem, ainda, as clientes fixas, que também mudaram o pedido. “Antes elas compravam o morango de cumbuca, para bombom ou decoração de tortas. Agora, todas querem o extra para fazer o morango do amor”.
Quem vende a fruta no atacado também comemora. Rodolfo Silva é de Alfredo Vasconcelos, no Campo das Vertentes, conhecida como “terra do morango”. O cultivo da fruta tornou-se a base da economia da cidade de pouco mais de sete mil habitantes. Hoje, são mais de cem produtores. Três vezes por semana, Rodolfo leva sua produção para comercializar no Ceasa em Belo Horizonte. No total, vende duas mil caixas de morangos, cada uma com 1,2kg.
Ele conta que, como este é o período de oferta em alta, o preço costuma cair. Há algumas semanas, chegou a vender a caixa por R$12. Mas como a procura aumentou, o preço voltou ao patamar de quando a produção é menor, variando de R$25 a R$30. “O tempo também tem ajudado. Este ano, não tivemos geadas nem muita umidade, o que faz a fruta estragar mais rápido. Estamos vendendo um produto com muita qualidade e por um bom preço”.
Julimeire e Rodolfo estão entre os produtores atendidos pelo Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Sistema Faemg Senar. E é justamente com as orientações que recebem da técnica de campo Renata Viol que aprendem a aproveitar essas oportunidades. “Essa é a época em que começa a colheita no Sul de Minas também, então, normalmente, o preço cai muito por causa do aumento da oferta. Mas este ano isso não aconteceu. Nós tivemos manutenção e até preços maiores que os meses anteriores. Para os nossos produtores tem sido muito bom”, explica Renata.
Se depender do gosto do brasileiro por doces e novidades, a tendência é a demanda continuar alta e chegar até o pico da safra, nos meses de setembro e outubro.