
O agro de Minas responde por quase 44% de tudo o que Minas exporta, segundo dados divulgados no Balanço Agropecuário 2025 do Sistema Faemg Senar. Realidade que se reflete por meio de programas como o agroBR, que tem como objetivo promover ações de capacitação para que pequenos e médios empreendedores rurais fortaleçam sua atuação no comércio exterior.
A iniciativa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com a ApexBrasil, é desenvolvida em Minas pelo Sistema Faemg Senar. Somente em 2025, 151 produtores rurais do estado foram atendidos e enviaram ao mercado internacional mais de 10 tipos diferentes de produtos. Entre eles, cafés, cacau e derivados, méis, frutas, bebidas alcoólicas, nozes e castanhas, molhos, azeites, chás, farinhas, lácteos e pescados.
Tatiana Barros, consultora do agroBR no estado, conta que o programa atende produtores e cooperativas rurais por meio de capacitações que envolvem todo o processo de exportação, desde a formação de preço e portfólio em cinco idiomas, adequação de embalagem e questões sanitárias, até a oportunidade de participação em eventos dentro e fora do país, além de rodadas de negócios com compradores de outros países.
“Na última Semana Internacional do Café, trouxemos 12 compradores internacionais e realizamos mais de 270 reuniões com produtores rurais mineiros. Nossos produtores também participaram da Apimondia, evento de apicultura em Copenhague; da Fruit Attraction, em Madri; e, em janeiro, teremos outras duas missões internacionais: a World of Coffee e a Gulfood, ambas em Dubai”, comenta.
Tatiana ainda completa que, “para os próximos 12 meses, a expectativa do programa é que os produtores do agroBR em Minas gerem mais de 32 milhões de dólares em negócios”.
Números que mostram o trabalho de produtoras rurais como Raquel Puliti Meirelles, proprietária da marca Varietal, que, junto com a família, produz cafés especiais nas regiões Nordeste e Sul de Minas. Ela conta que participa do agroBR há quase três anos, uma parceria que abriu portas para que vendesse seu café para os Estados Unidos, Europa, Japão, Coreia, Israel e Emirados Árabes.
“Participei da SIC e negociei com compradores de cafés especiais em todos os continentes. Agora, tive a felicidade de ser selecionada para participar de um evento em Dubai, um país que eu ‘namorava’ há muito tempo por ser um mercado importante para o tipo de café que cultivo, mas que era difícil de acessar pelo fato de ser uma viagem cara. Mesmo que façamos reuniões on-line, conhecer as pessoas pessoalmente e o consumidor local é muito importante para nós. Com essa oportunidade, vamos nos preparar para a nova safra e entregar ao mercado internacional no meio do ano que vem”, planeja.