O Sistema Faemg enviou uma comitiva de 45 pessoas para participar do X Congresso Internacional de Palma e Cochonilha, realizado na Paraíba, de 26 a 29 de setembro. O objetivo do evento era confirmar que a palma é uma cultura viável e que é necessário quebrar paradigmas para entender a sua viabilidade técnica e econômica para o produtor rural, em especial ao que sofre com déficit hídrico.
O grupo, formado por gerentes regionais, analistas, supervisores, técnicos de campo, produtores rurais, representantes sindicais, mobilizadores e instrutores pôde acompanhar diversas abordagens sobre o tema, desde a sua contribuição como concentrado energético para a dieta animal, até a utilização na medicina e alimentação humana.
“Precisamos iniciar um desenvolvimento de forma mais firme e sustentável para o semiárido mineiro. As plantas cactáceas podem produzir com baixo regime pluviométrico, tratando não só dos nossos animais, como também da população humana, como é muito comum no México”, frisou o presidente do Sistema Faemg, Antônio de Salvo, que participou da abertura do evento junto ao superintendente do Senar Minas, Christiano Nascif.
Os participantes voltaram entusiasmados com as diversas possibilidades e um novo olhar sobre a atividade. “Todos que estiveram conosco puderam, de fato, abrir a mente para entender o grande potencial que tem a palma em todos os aspectos, não só forrageira, mas principalmente no que tange à nutrição animal para o nosso semiárido. Ela é o caminho, tanto para o Nordeste como também para essa região de Minas que sofre com a má distribuição ou até escassez de chuvas”, ressaltou Christiano Nascif.
De acordo com o presidente do Sistema Faemg, “foi de extrema importância entender que esse desafio pode ser vencido usando tecnologia, técnica, animais e plantas adequadas à condição climática”.
Pesquisa e prática
Apesar de inúmeras pesquisas sobre o tema, o analista do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), Wender Guedes, garante que o Congresso foi surpreendente e as visitas técnicas demonstraram tudo aquilo que já foi lido que já vem sendo estudado sobre a cultura nos em periódicos, jornais e revistas. Parte da viagem foi traçada percorrendo também fazendas que cultivam a palma, e os participantes puderam ver, na prática, algumas estratégias utilizadas em propriedades rurais que utilizam a planta com maior eficiência.
“Passamos em duas fazendas na Bahia. Uma com o sistema que começou errado e outra que, desde o início, já conduz certeiramente o uso da palma forrageira. Percebemos que, quando o produtor a utiliza de maneira adequada na dieta dos animais, o enriquecimento que se tem consegue suprir a necessidade deles, que apresentam excelentes resultados de produção. Vimos exemplos de produções e pudemos entender alguns gargalos de algumas variedades da cultura em detrimento a outras, o que é importante para a escolha a ser implementada nas propriedades de acordo com sua realidade. Conhecemos propriedades com um volume estupendo de produção, que chega a 500 toneladas”, comentou Guedes.
Eles aprovaram
“Foi impactante e aprendemos muitas coisas. A palma vai revolucionar a pecuária, principalmente no sertão mineiro. Aprendemos também com o erro dos colegas produtores, que nos contaram sobre o aprendizado. Eles estão na nossa frente e começaram a investir em 2007. Vamos inserir a palma forrageira no mercado da nossa região o mais urgente possível e é uma atitude que vai impactar Minas Gerais e o Brasil” - Reginaldo de Jesus Souza, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Coronel Murta
“Nossa viagem foi muito importante por questões maiores do que os conhecimentos adquiridos nas palestras e nas visitas. Pudemos conhecer novas pessoas, ver novas realidades, motivar os nossos produtores, técnicos e supervisores, além de criar uma relação entre os participantes da viagem. A nossa regional está motivada e a gente pôde ver muita coisa nova para dar esperanças de melhoria para o produtor rural do Vale” - Gerente regional do Sistema Faemg em Araçuaí, Luiz Rodolfo Antunes Quaresma
“Cada vez mais, a gente deve trabalhar essas questões de resiliência climática, de convivência com a seca. A seca não se combate, a seca se convive, e essa convivência produtiva no semiárido é muito importante porque possibilita ao produtor adotar estratégias de atravessar o período seco com menos perdas e menos prejuízos para o seu rebanho, seja na produção leiteira ou de corte” - Gerente regional do Sistema Faemg em Montes Claros, Dirceu Martins.