O produtor João Dionísio Silvério está em clima de comemoração: o seu café foi classificado para a fase nacional do Cup of Excellence - Brazil 2021, o principal concurso de qualidade para café do mundo, que é realizado pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) em parceria com a Alliance for Coffee Excellence (ACE) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).
O produto alcançou 90 pontos e já é um dos cem melhores cafés do Brasil. Para conquistar este resultado, João Dionísio contou que os treinamentos do Sistema FAEMG/SENAR/INAES, em parceria com o Sindicato Rural de Santa Rita do Sapucaí, fizeram a diferença. “Se não fossem os aprendizados dos cursos e o apoio do instrutor, eu não chegaria até aqui. Hoje, me sinto vitorioso.”
Ele participou dos cursos de Classificação e Degustação de Café, Torra de Café e Cafés Especiais. “No curso de Classificação e Degustação, trabalhamos muito a importância de conhecer os defeitos do café, quais são suas causas, as consequências e como eliminá-los. Já no curso de Torra de Café, falamos sobre como a torra deve acontecer, a fim de mostrar tudo que o produto tem de melhor. No curso de Cafés Especiais, mostramos o impacto dos atributos sensoriais, identificando o que é realmente um café especial”, explicou o instrutor Roberto Luiz Gregatti.
O café é do sítio Cabiceiro dos Borges, em Careaçu. Nesta safra, 2020/2021, ele colheu 120 sacas em quatro hectares, que alcançaram uma bebida estritamente mole, com nota igual ou superior a 84 pontos.
Renascimento
Na safra de 2019/2020, ele perdeu toda a colheita. “Em outubro de 2018, uma chuva de granizo atingiu a lavoura e machucou o cafezal. Infelizmente, perdi toda a colheita do ano seguinte, pois o café estava com botões e flores”, relatou.
Ele contou que 2020 foi um ano de recuperação e, então, separou um talhão, com meio hectare, e começou a trabalhar com um foliar orgânico, criado por ele. Foi deste talhão que saiu a amostra para o concurso. Para ele, este foi o detalhe mais importante que contribuiu para a excelente qualidade do café. “Fiz um foliar caseiro, a base de mamona, urina de vaca e fumo. É uma técnica que adquiri com o meu avô. Ele aplicava em frutas como laranja e pêssego. Decidi testar este ano com o objetivo de produzir um defensivo natural. Para minha lavoura, foi um sucesso”, relatou.
Para o instrutor, os treinamentos possibilitam que o produtor conheça melhor o seu café e aproveite novas oportunidades. “Muitas vezes, o cafeicultor tem um diamante em mãos e não sabe. Os cursos do Sistema FAEMG/SENAR/INAES vem proporcionar justamente isso. Com o conhecimento adquirido, ele agrega valor ao produto e, através de concursos, como o Cupping ATeG Café+Forte, os concursos da EMATER e o Cup of Excellence, ele alcança ótimos resultados. Nós, instrutores, somos apenas um reflexo do que o Sistema FAEMG/SENAR/INAES proporciona aos produtores, que é o poder de sonhar e alcançar novos horizontes”, disse o instrutor Roberto.
Etapas finais
A próxima fase tem início dia 16 de outubro e o resultado será divulgado no dia 20 com as 40 amostras selecionadas, que serão as semifinalistas da fase nacional e vendidas em um marketplace desenvolvido pela empresa MCultivo.
“Eu não acreditava que seria possível participar de um concurso como este e o instrutor me incentivou muito. Chegar até aqui, já é uma grande conquista. Para mim, o Sistema FAEMG/SENAR/INAES é a entidade que mais apoia o produtor rural. O cafeicultor que não aproveita os benefícios que o Sistema oferece, está perdendo conhecimento, apoio e dinheiro”, finalizou João Dionísio.